O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial no Brasil, registrou alta de 0,34% em dezembro de 2024, desacelerando em relação ao avanço de 0,62% em novembro. No acumulado do ano, o índice fechou com inflação de 4,71%, ligeiramente abaixo dos 4,72% registrados em 2023, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
A variação de dezembro ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetavam um aumento médio de 0,44%, com estimativas oscilando entre 0,38% e 0,57%. O resultado foi impactado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas, que teve alta de 1,47% no mês e respondeu por 0,32 ponto percentual da variação total do índice. No entanto, a queda de 1,32% no grupo Habitação, devido ao retorno da bandeira tarifária verde para a energia elétrica, puxou o IPCA-15 para baixo, com impacto negativo de 0,20 ponto percentual.
Destaques por grupos de consumo
Alimentação e Bebidas: este grupo apresentou o maior impacto mensal, com aumento de 1,47%, liderado por altas no óleo de soja (9,21%), carnes bovinas como alcatra (9,02%) e contrafilé (8,33%), e carne de porco (8,14%). Em contrapartida, itens como batata-inglesa (-9,85%) e tomate (-6,71%) registraram quedas significativas.
Habitação: o recuo de 1,32% foi impulsionado pela queda de 5,72% na energia elétrica residencial, que voltou à bandeira tarifária verde em dezembro, eliminando cobranças adicionais. A taxa de água e esgoto subiu 0,32% devido a reajustes regionais, enquanto o gás encanado caiu 0,10%.
Transportes: com alta de 0,46% no mês, o grupo foi influenciado por aumentos nas passagens aéreas (4,43%) e no etanol (0,80%), enquanto a gasolina apresentou variação negativa de -0,01%.
Panorama geral e difusão da inflação
Das nove categorias avaliadas, cinco registraram alta em dezembro, enquanto três desaceleraram e uma permaneceu estável. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumento de preços, subiu de 57,5% em novembro para 61,9% em dezembro, indicando maior abrangência da inflação.
No acumulado de 2024, o grupo Alimentação e Bebidas liderou o impacto anual com variação de 8% e contribuição de 1,68 ponto percentual, seguido por Saúde e Cuidados Pessoais (6,03%) e Habitação (3,44%).
Perspectivas para 2025
Embora o IPCA-15 de 2024 tenha registrado a menor alta acumulada em 12 meses desde 2020, os desafios permanecem para o próximo ano. Com a meta de inflação fixada em 3% pelo Banco Central e a possibilidade de manutenção de taxas de juros elevadas, o comportamento da inflação será um ponto central para a política econômica.
