Por Letícia Bogéa, analista de economia do Boletim Nacional
A vida vai cobrar de todos nós. Ninguém escapa. Se você não planeja seu orçamento financeiro, provavelmente tem uma relação nada saudável com o dinheiro. E isso traz uma saúde financeira ruim. Assim como cuidamos da nossa saúde emocional, física e mental, devemos priorizar nossa saúde financeira. Aliás, não existe saúde mental e emocional sem saúde financeira, não é mesmo? Então, por que muitos ainda ignoram um assunto tão importante? Por que a educação financeira não é ensinada na escola desde à infância? Por que tratam o tema como tabu? Precisamos, sim, alertar a sociedade como um todo para que o assunto esteja em pauta. Ouso a dizer: ou você tem uma boa relação com o dinheiro ou você não vive, sobrevive!
E – certamente – você não vai querer que seu filho (a) passe por estresse financeiro. Mas o jogo pode mudar se você se movimentar. Ensinar uma criança a lidar com dinheiro é tão essencial quanto alfabetizá-la. Quando os pais ou a escola ignoram essa responsabilidade, a vida adulta cobra com juros: dívidas, decisões impulsivas e falta de planejamento. Mostrar desde cedo a importância de poupar e o impacto das escolhas financeiras é preparar seu filho para enfrentar o mundo com consciência e autonomia.
A maioria dos adultos vive com medo do fim do mês, não porque ganha pouco, mas porque nunca aprendeu a lidar com o que ganha. E essa falha começa cedo. Enquanto você ensina crianças a decorar fórmulas e datas, deixa de lado algo essencial: como administrar dinheiro. Sem essa base, o caminho até o endividamento e a instabilidade financeira se torna quase inevitável. E vai virando bola de neve…
Ensinar educação financeira na infância é um passo necessário para escolhas conscientes. Crianças que aprendem desde cedo sobre poupança, consumo responsável e planejamento desenvolvem uma relação saudável com o dinheiro. Com isso, elas ficam preparadas para uma vida adulta com mais liberdade e segurança
Quanto mais cedo a consciência sobre aprender a gerir o dinheiro for despertada, menor o risco de que o futuro vire um desastre financeiro. Formar adultos preparados começa com pequenos hábitos hoje: falar sobre dinheiro em casa, dar o exemplo. A escola não ensina, mas você pode ensinar!
Lembre-se: o que você não ensina, o mundo cobra. Se a escola se cala e os pais seguem o mesmo caminho, você estará criando adultos despreparados para lidar com a realidade. Falar de dinheiro com crianças não é tabu, é responsabilidade.
Investidor recebe juros. Quem ignora, paga juros. O sistema agradece, enquanto uma geração cresce sem saber que poderia ter escolhido diferente.
E a vida cobra… e com juros!
