A Vale (VALE3) superou expectativas de produção no segundo trimestre de 2025, com avanços em minério de ferro, cobre e níquel. O desempenho foi visto como positivo por parte dos analistas, mas insuficiente para impulsionar significativamente as ações, que operaram estáveis após duas sessões de alta de quase 6%, apoiadas por notícias da China.
O destaque do trimestre foi a produção de metais básicos. Segundo o Bradesco BBI, os iodetos de níquel do Sistema Norte atingiram o maior nível desde 2021, enquanto a produção de cobre foi a maior para um segundo trimestre desde 2019. O Itaú BBA ressaltou o acúmulo de estoques e a estratégia de vender produtos de teor médio, com preços realizados próximos das estimativas. A XP considerou os números neutros, mas destacou a diversificação do portfólio da companhia.
Mesmo com bons resultados operacionais, a expectativa de Ebitda permaneceu próxima de US$ 3,2 bilhões para Bradesco e Itaú BBA. O Safra, porém, revisou sua projeção para US$ 3,55 bilhões após resultados melhores em embarques e preços, enquanto a Genial estimou US$ 3,4 bilhões e lucro de US$ 1,5 bilhão. Os resultados financeiros serão divulgados em 31 de julho.
Sobre recomendações, Bradesco e Empiricus mantêm compra para VALE3, destacando valuation atrativo e dividend yield de 8%. O BB Investimentos elevou sua recomendação para compra, projetando R$ 65 por ação diante de estímulos econômicos na China e demanda futura de aço. Já a Genial vê potencial de alta de 11,8%, com preço-alvo de R$ 64,5, mas alerta para otimismo excessivo ligado a projetos de infraestrutura no país asiático.
Para Rodrigo Vignoli, Sales de Renda Variável da InvestSmart XP, a performance operacional sólida reforça o posicionamento da empresa no setor. “A Vale mantém foco em um mix mais rentável, mesmo em meio à volatilidade global. O mercado chinês continua sendo a âncora para o crescimento e, com novos estímulos econômicos, pode gerar um ciclo positivo para a demanda de metais básicos”, afirma.
No entanto, o analista alerta para o impacto potencial das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, que podem provocar distorções nos preços globais de metais, especialmente do cobre, e influenciar o apetite dos investidores por ativos ligados a commodities.
Apesar de incertezas sobre tarifas e consumo de aço na China, o mercado vê fundamentos sólidos para a Vale, sustentados pela diversificação do portfólio e competitividade em metais básicos.