O BTG Pactual manteve a recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 44, após atualizar seu modelo com os resultados do segundo trimestre de 2025. Para os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha, a estatal continua atrativa mesmo diante do pessimismo no mercado de commodities e da percepção mais cautelosa dos investidores em relação à companhia.
Segundo o banco, a produção da Petrobras deve se manter próxima ao limite máximo projetado para este ano, garantindo forte geração de caixa e sustentando dividendos entre 10% e 11% ao ano. O relatório, porém, alerta para riscos relacionados a novas aquisições. A companhia estuda retornar ao setor de etanol já no segundo semestre, com investimento estimado em US$ 1 bilhão, o que pode demandar mais endividamento e gerar dúvidas sobre a disciplina financeira.
Outro fator de incerteza está no cenário político. As eleições presidenciais de 2026 podem influenciar a precificação das ações antes do pleito. O BTG avalia que maior clareza fiscal e estabilidade econômica poderiam reduzir o risco do Brasil e permitir que a Petrobras seja negociada em múltiplos próximos aos de pares como Ecopetrol e YPF, o que representaria potencial de valorização de 40% a 50%.
A visão positiva do BTG, no entanto, não é unânime no mercado. O Citi reiterou recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 35. Para os analistas do banco americano, a Petrobras pode ser uma boa opção para investidores em busca de dividendos consistentes, mas não necessariamente a melhor escolha para quem deseja se posicionar apenas com base no cenário eleitoral. O Citi também projeta que a recuperação da produção deve compensar parte da queda esperada no preço do petróleo, mas avalia como ponto de atenção o aumento do capex previsto para 2025.