A Kinea, gestora ligada ao grupo Itaú, anunciou uma nova oferta pública de cotas de seu fundo imobiliário Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11), com o objetivo de captar até R$ 2,5 bilhões. Em um ano marcado por dificuldades de captação no mercado de fundos, a operação se destaca como a maior emissão de 2025, sinalizando a força do fundo no segmento.
Com patrimônio líquido de R$ 7,8 bilhões, o KNCR11 já ocupa a liderança entre os fundos imobiliários listados na B3. Caso a oferta atinja o valor máximo, o fundo ultrapassará a marca de R$ 10 bilhões, consolidando ainda mais sua posição de maior FII da bolsa brasileira. Essa será a 12ª emissão de cotas desde a sua criação, em 2012.
O KNCR11 é classificado como um “fundo de papel”, uma vez que sua carteira é composta majoritariamente por títulos de crédito imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Hipotecárias (LH). Esse perfil proporciona maior previsibilidade de fluxo de rendimentos, mas também expõe o fundo às oscilações das taxas de juros e do mercado de crédito.
No momento, o fundo negocia com um ágio de cerca de 3% em relação ao valor patrimonial de suas cotas, cenário considerado raro no setor. Enquanto isso, a maior parte dos fundos imobiliários enfrenta descontos expressivos, em alguns casos superiores a 30%, reflexo do ambiente de juros elevados que ainda favorece aplicações em renda fixa.
O período de subscrição terá início em 26 de setembro e incluirá direito de preferência para os atuais cotistas, que já ultrapassam a marca de 400 mil investidores. A oferta representa, além de uma oportunidade de expansão para o fundo, um movimento relevante no mercado de FIIs, que busca retomar a atratividade em meio ao ciclo prolongado de juros altos.