A XP revisou suas projeções para a economia brasileira e adiou para maio o início do ciclo de cortes da taxa Selic, mantendo a taxa terminal em 12%. O novo relatório do Research, divulgado nesta terça-feira (7), também revisa as estimativas para câmbio e crescimento, apontando um cenário de desaceleração moderada no próximo ano.
De acordo com o documento, o dólar deve encerrar 2025 em R$ 5,30, ante R$ 5,50 previstos anteriormente, e subir para R$ 5,50 em 2026, também abaixo da projeção anterior de R$ 5,70. A equipe liderada pelo economista-chefe Caio Megale avalia que a inflação mostra sinais de alívio, mas ainda está distante da meta de 3% fixada pelo Conselho Monetário Nacional.
O relatório destaca que, apesar da melhora no ambiente internacional, os riscos domésticos seguem elevados, sobretudo no campo fiscal. Segundo a XP, o governo deve cumprir a meta de resultado primário neste ano, mas em 2026 a projeção é de que o saldo fique próximo do limite inferior, sustentado por receitas extraordinárias.
A análise também aponta que o enfraquecimento da atividade econômica começa a se espalhar entre os setores, o que levou à redução da previsão de crescimento do PIB de 2025, de 2,2% para 2,1%. A estimativa para 2026 foi mantida em 1,7%. Para a XP, as pressões por aumento de gastos públicos ainda representam um dos principais riscos para a estabilidade fiscal.
As previsões para o IPCA foram mantidas em 4,8% para 2025 e 4,5% para 2026, com o mercado de trabalho aquecido sendo apontado como fator de pressão sobre os preços. Mesmo com o cenário global mais favorável aos emergentes, a XP avalia que a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) segue firme e reforça a necessidade de cautela na condução dos juros.
No cenário internacional, a XP observa que as principais economias vivem um momento de crescimento moderado, suficiente para justificar a retomada dos cortes de juros em diversos países, mas sem sinais de recessão. Ainda assim, o Research aponta que incertezas geopolíticas e institucionais continuam sendo um risco para os mercados no médio prazo.