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IPCA avança em setembro e continua acima do teto da meta do Banco Central

Inflação volta a subir em setembro com fim do desconto de energia e segue acima do limite da meta perseguida pelo Banco Central

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,48% em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado veio levemente abaixo das expectativas do mercado, que projetava inflação de 0,52%, de acordo com a mediana das estimativas coletadas pela agência Bloomberg — que variavam entre 0,47% e 0,57%.

O avanço ocorre após o índice oficial de preços ter recuado 0,11% em agosto, em movimento de deflação pontual causado pelo desconto temporário na conta de luz devido ao bônus de Itaipu. Com o fim desse alívio, economistas já esperavam a reversão do quadro em setembro.

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,17%, ante 5,13% registrados até agosto. O número mantém a inflação acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central (BC), que é de 4,5%, dentro de um intervalo de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%. O centro da meta é de 3%.

Pelo novo modelo de regime de metas, o descumprimento ocorre quando o índice permanece fora desse intervalo por seis meses consecutivos. Em junho, o IPCA ultrapassou pela primeira vez a meta contínua, e desde então o BC tem reforçado o discurso de cautela em relação a cortes adicionais na taxa básica de juros, a Selic.

Apesar da desaceleração em relação às previsões de agosto, o cenário ainda é de inflação resistente. As projeções do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (6), indicam que o IPCA deve encerrar 2025 em 4,8%, após uma série de revisões recentes para baixo, mas ainda acima do teto da meta.

O resultado reforça o desafio do governo e da autoridade monetária em trazer a inflação de volta ao centro do alvo, em meio a um ambiente de pressões fiscais e expectativas de juros elevados por mais tempo.

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