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Ambev ultrapassa Heineken e volta ao topo do mercado de cervejas premium no Brasil

O lucro ajustado da Ambev chegou a R$ 3,8 bilhões, com avanço nas linhas premium e super premium

Após uma década, a Ambev voltou ao topo do mercado brasileiro de cervejas premium. No terceiro trimestre de 2025, o segmento de rótulos mais sofisticados — que inclui marcas como Original, Stella Artois, Corona, Becks e Spaten — cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2024, marcando o 18º trimestre consecutivo de avanço.

De acordo com as estimativas da companhia, o portfólio premium e super premium da Ambev alcançou quase 50% de participação no segmento, o maior nível desde 2015. O desempenho foi suficiente para tirar a Heineken da liderança, impulsionado especialmente pelo crescimento de Original, Corona e Stella Artois.

O portfólio de bebidas com apelo saudável também teve expansão expressiva: as linhas zero álcool, de baixas calorias e sem glúten cresceram 65%, com destaque para Corona Cero e Budweiser Zero, cujas vendas avançaram 20% na comparação anual.

O resultado no mercado brasileiro refletiu diretamente nos números consolidados da companhia. A Ambev registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, um aumento de 7,9% sobre o mesmo trimestre de 2024, superando as expectativas dos analistas. A receita líquida subiu 1,2%, enquanto o Ebitda consolidado cresceu 2,9%, alcançando R$ 7,3 bilhões. A margem operacional subiu 0,5 ponto percentual, chegando a 33,9%.

Enquanto a Ambev comemorava o avanço, a Heineken enfrentava um trimestre mais desafiador. O grupo holandês reportou queda de cerca de 15% nos volumes vendidos, aproximadamente o dobro do recuo registrado pela dona da Brahma. A receita global recuou em torno de 10%.

Segundo a Heineken, o repasse de preços feito em julho levou distribuidores e varejistas a anteciparem pedidos, reduzindo o ritmo de vendas no terceiro trimestre. No trimestre anterior, quando a Ambev havia aplicado seus reajustes, a holandesa havia se saído melhor.

A disputa entre as duas gigantes se concentra justamente no segmento premium, o único que segue crescendo em meio à estagnação do mercado de cervejas. A Ambev aposta em um portfólio diversificado, enquanto a Heineken, tradicionalmente focada nas marcas Heineken e Amstel, passou a reforçar investimentos em rótulos como Eisenbahn.

O principal campo de batalha é o canal on-trade — bares e restaurantes — onde a experiência do consumo pesa mais na decisão do cliente. Em contrapartida, a Heineken relatou ganho de participação no varejo, que inclui supermercados e atacarejos, mas reconheceu que as margens nesse canal são menores.

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