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Medida de Trump corta tarifa recíproca de 10%, mas taxa extra ao Brasil segue vigente

Decreto de Trump modifica escopo das tarifas por segurança nacional, sem retirar taxa mais alta ao Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira, 14, uma medida que reduz tarifas sobre a importação de carne bovina, tomate, café e banana, com o objetivo de conter a inflação dos alimentos após a adoção de tarifas elevadas nos últimos meses. A decisão beneficia países exportadores de commodities, incluindo o Brasil, que é o maior produtor mundial de café e o segundo maior de carne bovina, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O decreto, porém, altera apenas a alíquota de 10% das chamadas tarifas recíprocas aplicadas globalmente em abril. A sobretaxa adicional de 40% que incide especificamente sobre o Brasil permanece em vigor. A Casa Branca publicou uma lista com centenas de itens afetados pela revisão tarifária, válida retroativamente a partir de 2h01 (horário de Brasília) da quinta-feira, 13. Produtos que ingressaram no país desde esse horário estão isentos da taxa de 10%.

A medida ajusta o escopo das tarifas justificadas pelo governo sob critérios de segurança nacional. Segundo o decreto, a modificação ocorre após recomendações de órgãos responsáveis por monitorar o estado de emergência comercial decretado em abril. Negociações com parceiros, a demanda interna e a capacidade produtiva americana foram citadas como fatores que influenciaram a revisão das regras.

O Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em café aos EUA em 2024, conforme dados da International Trade Administration. Desde a entrada em vigor da tarifa de 50% para produtos brasileiros em agosto, no entanto, as exportações de café recuaram de forma acentuada. Em outubro, houve queda de 54,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Nos Estados Unidos, o produto acumula inflação próxima de 20% em 12 meses, segundo o índice oficial de preços ao consumidor (CPI).

O Cecafé informou que está em contato com entidades americanas para avaliar os impactos da mudança e esclarecer o novo cenário regulatório. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) ainda não comentou a decisão.

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