A XP Inc., listada na Nasdaq, iniciou a terça-feira com desempenho favorável após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025. Os dados foram publicados após o fechamento do mercado na segunda-feira, 17, e repercutiram de maneira positiva entre analistas que acompanham o setor financeiro. O movimento ocorreu em meio a um ambiente em que as expectativas para o período eram discretas, mas a empresa apresentou números considerados sólidos, especialmente no que diz respeito à entrada líquida de recursos.
A companhia registrou captação líquida de R$ 20 bilhões no varejo no trimestre, resultado que superou de forma ampla o desempenho do período anterior, quando a entrada havia sido de R$ 16 bilhões. Incluindo os recursos de pequenas e médias empresas, que também integram a categoria de varejo, o total alcançou R$ 29 bilhões. Apesar de representar queda em relação ao mesmo trimestre de 2024, o volume chamou atenção por indicar retomada do ritmo de captação após meses de oscilações.
O anúncio de distribuição adicional de dividendos, no valor de R$ 500 milhões, somado ao novo programa de recompra de ações de R$ 1 bilhão, ajudou a sustentar o interesse dos investidores. As iniciativas reforçaram a percepção de continuidade na política de retorno de capital aos acionistas, aspecto frequentemente monitorado por analistas em períodos de volatilidade.
Entre as casas de análise, a leitura dominante foi positiva. Em relatório, Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, do BTG Pactual, apontaram que o conjunto de resultados superou expectativas iniciais, sobretudo pela combinação de captação mais forte e medidas de remuneração ao acionista. Os analistas destacaram ainda que a XP negocia a cerca de dez vezes o lucro estimado para 2025, parâmetro considerado conservador diante da perspectiva de redução dos juros no Brasil ao longo do próximo ano.
No Itaú BBA, a avaliação do trimestre foi descrita como neutra, com pontos positivos e negativos equilibrados. O banco afirmou que as receitas líquidas ficaram um pouco abaixo do previsto, especialmente no varejo, que registrou desempenho 4% inferior ao estimado. Para a instituição, contudo, a captação expressiva e a disciplina na alocação de capital compensaram parcialmente a pressão sobre as receitas.
Os dois bancos mantiveram recomendação de compra para os papéis, com preços-alvo de US$ 21, no caso do Itaú BBA, e US$ 25, segundo o BTG Pactual. Essa continuidade nas avaliações reforçou o sentimento positivo que guiou as negociações das ações após os números.
A XP reportou ainda lucro líquido ajustado recorde de R$ 1,33 bilhão no trimestre, alinhado às projeções das casas de análise. O dado consolidou o período como mais um trimestre de expansão da lucratividade da companhia, que segue entre as principais plataformas de investimentos do país.
