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IPCA sobe 0,24% em junho e inflação em 12 meses estoura teto da meta

O resultado mensal superou a mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data junto a 33 instituições financeiras e consultorias

A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,24% em junho, levemente abaixo da taxa de 0,26% registrada em maio, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração marginal, o índice representa a maior variação para um mês de junho desde 2022, quando foi de 0,67%.

O resultado mensal superou a mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data junto a 33 instituições financeiras e consultorias, que previam inflação de 0,19% no mês. As projeções variavam entre 0,11% e 0,26%.

No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA atingiu alta de 5,35%, ultrapassando o teto de 4,5% estabelecido pelo novo regime de metas contínuas de inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e em vigor desde janeiro de 2025. O novo modelo determina que a meta será considerada descumprida se o IPCA permanecer fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) por seis meses consecutivos. O centro da meta é de 3%.

Segundo o novo sistema, o Banco Central terá que justificar oficialmente o descumprimento da meta por meio de carta aberta ao ministro da Fazenda a cada seis meses em que a inflação acumulada seguir fora da banda. Também será necessário incluir explicações no Relatório de Política Monetária, que substituiu o antigo Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Desde janeiro, o IPCA em 12 meses está acima do limite superior da meta, e o dado de junho intensifica a pressão sobre a autoridade monetária. Para o mercado, a expectativa era de uma taxa anual de 5,30%, com projeções oscilando entre 5,22% e 5,37%.

Em termos de abrangência, houve um arrefecimento na disseminação da alta de preços. O Índice de Difusão — que mede a proporção de itens da cesta do IPCA que registraram aumento no período — recuou de 59,7% em maio para 53,6% em junho, segundo cálculos do Valor Data. Sem o grupo de alimentos, que é considerado mais volátil, o indicador ficou estável em 59,8%.

O IPCA é calculado com base na variação dos preços de uma cesta de consumo de famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e cobre dez regiões metropolitanas do país, além das cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

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