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Brasil enfrenta impasse diplomático com EUA a nove dias do prazo para sobretaxa de Trump

Segundo integrantes do governo Lula, o avanço do diálogo depende de uma autorização direta da Casa Branca

A nove dias da entrada em vigor da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as negociações oficiais entre os dois países permanecem bloqueadas. Segundo integrantes do governo Lula, o avanço do diálogo depende de uma autorização direta da Casa Branca, que ainda não respondeu às cartas enviadas pelo Brasil desde maio.

Com a ausência de canais formais, autoridades brasileiras têm buscado contatos extraoficiais com representantes americanos e apostam no envolvimento do setor privado para pressionar pela suspensão ou revisão da medida. Empresas dos ramos petrolífero, energético, farmacêutico e aéreo já demonstraram preocupação com os impactos econômicos da tarifa, que deve entrar em vigor em 1º de agosto.

Internamente, o governo brasileiro mantém reuniões diárias para reavaliar o cenário. Na terça-feira (22), o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) para discutir alternativas diplomáticas e estratégias junto ao empresariado. A percepção no Planalto é de que a gestão Trump tem priorizado outras negociações internacionais, como os acordos recentes com Japão e Indonésia, e adota decisões de caráter político mais do que econômico.

Diplomatas brasileiros afirmam que ainda há possibilidade, embora remota, de a sobretaxa ser adiada ou flexibilizada, especialmente se o impacto sobre empresas americanas gerar pressão interna nos Estados Unidos. Contudo, o ambiente político permanece tenso, agravado por medidas recentes do governo Trump, como a restrição de entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal no país.

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