A dívida pública federal subiu 2,77% em junho e alcançou R$ 7,883 trilhões, segundo informou nesta segunda-feira (28) o Tesouro Nacional. A dívida interna chegou a R$ 7,581 trilhões, alta de 2,99%, enquanto a externa caiu 2,28%, para R$ 302,1 bilhões. O aumento foi impulsionado por emissões líquidas de R$ 154,6 bilhões e pela incorporação de R$ 65,1 bilhões em juros.
O Tesouro destacou que o acordo comercial preliminar entre EUA e China elevou o apetite por risco, mas as tensões no Oriente Médio trouxeram volatilidade. No período, houve queda nos juros futuros em resposta à política monetária e às taxas globais.
O custo médio da dívida acumulado em 12 meses recuou de 11,73% para 11,41% ao ano, mas o custo das novas emissões internas subiu para 13,52%. O prazo médio dos vencimentos caiu de 4,20 para 4,14 anos.
A reserva de liquidez passou de R$ 861 bilhões para R$ 1,03 trilhão, suficiente para cobrir 8,44 meses de vencimentos. Em julho, a resiliência da economia dos EUA sustentou o apetite por risco, apesar da nova rodada de tarifas intensificar as incertezas.
O que isso releva sobre a economia?
O avanço da dívida pública para quase R$ 8 trilhões acende um alerta para as contas do governo e o custo de financiamento da economia. Quanto maior o endividamento, maior a necessidade de emitir títulos para rolar a dívida, o que pressiona os juros e pode reduzir o espaço para investimentos públicos em áreas como infraestrutura e programas sociais. Além disso, a percepção de risco influencia a confiança de investidores e pode afetar o câmbio e a inflação.
Apesar de o custo médio da dívida ter recuado no acumulado de 12 meses, o encarecimento das novas emissões indica que o Tesouro enfrenta um cenário mais desafiador para captar recursos. A trajetória da dívida dependerá do equilíbrio fiscal do governo, do crescimento econômico e do controle da inflação, fatores que serão determinantes para manter a sustentabilidade das contas públicas nos próximos anos.