As ações do Banco do Brasil (BBAS3) passaram de queda de 4,13% na abertura para alta intradiária de até 3,07% nesta sexta-feira (15), mesmo após a divulgação de um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no 2º trimestre de 2025, 60% abaixo do registrado no ano anterior e abaixo das projeções do mercado. O resultado foi afetado pela inadimplência no agronegócio e levou o banco a cortar o payout de 40% para 30% e reduzir o guidance de lucro para R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões no ano.
Segundo analistas, a alta das ações reflete expectativas de recuperação no fim de 2025 e em 2026, apoiadas no discurso da CEO Tarciana Medeiros, que reconheceu os problemas e projetou melhora da margem financeira no 4º trimestre.
Há também fatores técnicos, como a recompra de posições vendidas e o peso da pessoa física e de estrangeiros no free float do papel, investidores menos focados no resultado trimestral e mais atraídos pelo potencial de dividendos e valorização no longo prazo.
Relatórios como o do Safra indicaram que, apesar do pessimismo inicial, parte do mercado pode interpretar o guidance revisado como menos negativo que o esperado, sustentando o movimento de alta no pregão.
Além disso, alguns gestores têm usado a queda recente como oportunidade de compra, apostando que a pressão sobre a carteira de crédito do agronegócio é temporária e que o banco mantém fundamentos sólidos para atravessar o momento de maior desafio.