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Governo eleva projeção de déficit primário para R$ 30,2 bi em 2025

Déficit do governo central sobe para R$ 30,2 bi em 2025. Relatório prevê ajustes em receitas, despesas e câmbio, mas meta fiscal segue preservada

O governo federal revisou para cima a projeção de déficit primário do governo central neste ano, estimando agora um saldo negativo de R$ 30,2 bilhões, equivalente a 0,24% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor, que antes estava em R$ 26,3 bilhões, engloba os resultados do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central.

As informações fazem parte do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado nessa segunda-feira (22) pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Apesar do aumento da projeção, a meta fiscal do ano permanece formalmente preservada, já que o governo pode registrar déficit de até R$ 74,3 bilhões sem descumprir as regras — considerando a margem de tolerância e os gastos com precatórios.

Ao incluir os precatórios, a estimativa de déficit recuou levemente, passando de R$ 74,9 bilhões (0,6% do PIB) para R$ 73,5 bilhões (0,58% do PIB). Essa redução ocorre porque parte dessas despesas pode ser excluída das regras fiscais, diminuindo a pressão sobre o orçamento.

Do lado da arrecadação, a projeção de receitas primárias caiu R$ 200 milhões, para R$ 2,924 trilhões, enquanto as receitas líquidas recuaram R$ 1,9 bilhão, somando R$ 2,344 trilhões. Já as despesas primárias foram revistas para baixo em R$ 3,3 bilhões, chegando a R$ 2,417 trilhões. Dentro desse total, as despesas obrigatórias somam R$ 2,207 trilhões, queda de R$ 2,8 bilhões, enquanto as discricionárias, que englobam investimentos e outros gastos passíveis de corte, foram reduzidas em R$ 500 milhões, para R$ 210 bilhões.

O relatório também trouxe ajustes nas projeções econômicas. A estimativa para a taxa Selic média de 2025 subiu de 14,25% para 14,30%, enquanto a taxa de câmbio foi revisada de R$ 5,70 para R$ 5,63. Já o preço do barril de petróleo foi recalculado de US$ 68,38 para US$ 69,58.

Entre as receitas específicas, a previsão com concessões e permissões foi mantida em R$ 7,7 bilhões. Em contrapartida, a arrecadação com dividendos e participações cresceu R$ 6,9 bilhões, alcançando R$ 48,8 bilhões. Também houve alta de R$ 5,7 bilhões nas receitas com exploração de recursos naturais, totalizando R$ 145,9 bilhões. Por outro lado, a receita administrada pela Receita Federal foi revisada para baixo em R$ 12 bilhões, somando R$ 1,867 trilhão.

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