O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (6) que a inflação deve encerrar 2025 dentro da banda de tolerância estabelecida pelo Banco Central (BC), reforçando a percepção de que o cenário de preços no país segue em trajetória de desaceleração.
Em entrevista à TV Record, Haddad destacou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação oficial, acumula alta de 5,13% nos 12 meses encerrados em agosto, mas deve recuar até o fim do ano. A meta de inflação para 2025 é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que estabelece uma banda de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
“A inflação já está em queda. O Banco Central fez a sua parte — alguns acham até que exagerou no nível de juros —, mas fez a sua parte. A inflação deste ano talvez seja igual ou menor do que a do ano passado, o que quer dizer que, em patamares ainda distantes da meta, provavelmente ficará dentro da banda”, afirmou o ministro.
Em 2024, o IPCA fechou em 4,83%, ligeiramente acima do teto da meta. O discurso de Haddad reforça a expectativa do governo de encerrar 2025 com inflação controlada, após um ciclo prolongado de juros altos e medidas fiscais voltadas à estabilidade de preços.
O ministro também descartou que o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) — que beneficiará quem ganha até R$ 5 mil mensais a partir de 2026 — possa gerar pressões inflacionárias. Segundo ele, a medida é neutra do ponto de vista fiscal, já que será compensada por ajustes em outras áreas da arrecadação.
“Eu não acredito [em impacto inflacionário], porque é neutra do ponto de vista fiscal. Você está injetando dinheiro na economia, mas está saindo de algum lugar, de quem não pagava imposto e ganhava muito”, explicou.
Haddad ainda demonstrou otimismo com a tramitação do projeto de isenção no Senado, após a aprovação unânime na Câmara dos Deputados.
“Tenho certeza de que o Senado vai repetir o que a Câmara fez”, disse.
As declarações de Haddad ocorrem em um momento de expectativa sobre os próximos passos da política monetária. O mercado avalia se o Banco Central, sob a presidência de Gabriel Galípolo, manterá o ritmo de cortes na taxa Selic, atualmente em 12% ao ano.
Economistas avaliam que, se confirmada a projeção de Haddad, o Brasil encerrará 2025 com inflação controlada e juro real ainda elevado, cenário considerado favorável para o crescimento gradual da economia.