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Dólar dispara a R$ 5,37 em meio a tensão global e expectativa por decisão do Fed

Impasse no orçamento dos EUA, sinais divergentes do Fed e derrota do governo no Congresso impulsionam moeda americana, que fecha a R$ 5,37 em meio à cautela dos investidores

O dólar encerrou em alta nesta quinta-feira (9), cotado a R$ 5,3750 (+0,58%), acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior em meio à tensão geopolítica, incertezas fiscais no Brasil e divergências no Federal Reserve. O índice DXY, que compara o dólar a outras moedas globais, subia 0,49%, refletindo um cenário de maior aversão ao risco e busca por segurança.

Nos Estados Unidos, o impasse sobre o orçamento manteve o governo parcialmente paralisado pelo nono dia, aumentando a pressão sobre a economia e adiando a divulgação de dados importantes. Ao mesmo tempo, dirigentes do Fed enviaram sinais distintos: enquanto Michael Barr defendeu cautela nos cortes de juros, John Williams indicou espaço para reduções ainda neste ano. A combinação reforçou a percepção de incerteza sobre os próximos passos da política monetária americana.

O noticiário geopolítico também contribuiu para a volatilidade, com a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas e tensões políticas na França e no Japão. A busca por ativos mais seguros se intensificou, favorecendo o dólar e penalizando moedas emergentes, como o real.

No Brasil, a retirada da MP 1.303, que previa a taxação de aplicações financeiras, trouxe preocupação adicional ao mercado, ao elevar dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir suas metas fiscais. O ministro Fernando Haddad sinalizou que apresentará alternativas para compensar a perda de arrecadação. Além disso, a inflação de setembro avançou 0,48%, maior alta desde março, mas abaixo das expectativas, reforçando a aposta de que a Selic permanecerá em 15% até o fim do ano.

A queda do petróleo acima de 1% também pesou sobre o real, em um dia em que fatores externos e domésticos se somaram para fortalecer a moeda americana e aumentar a cautela dos investidores. (Com Reuters)

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