ETF de bitcoin da BlackRock encosta nos US$ 20 bilhões e se torna maior fundo do ativo

Fundo da maior gestora do mundo superou o GBTC, da Grayscale, que tem perdido volume desde que foi convertido em ETF

O iShares Bitcoin Trust da BlackRock se tornou o maior fundo do mundo para a criptomoeda original, acumulando quase US$ 20 bilhões em ativos totais desde que foi listado nos Estados Unidos no início do ano.

O fundo negociado em bolsa (ETF) detinha US$ 19,68 bilhões do token na terça-feira (28), destronando o Grayscale Bitcoin Trust de US$ 19,65 bilhões, mostram dados compilados pela Bloomberg. O terceiro maior é o ETF de US$ 11,1 bilhões da Fidelity.

Os ETFs da BlackRock e da Fidelity estavam entre os nove que foram lançados em 11 de janeiro, mesmo dia em que o veículo da Grayscale, com mais de uma década de existência, foi convertido em ETF. Os lançamentos foram um divisor de águas para os criptoativos, tornando o bitcoin (BTC) mais acessível aos investidores e estimulando uma recuperação do token para um recorde de US$ 73.798 em março.

O iShares Bitcoin Trust atraiu o maior fluxo desde que foi lançado, US$ 16,5 bilhões, enquanto os investidores retiraram US$ 17,7 bilhões do fundo Grayscale no mesmo período. As taxas mais elevadas deste último e as saídas por parte dos arbitradores foram citadas como possíveis impulsionadores do fluxo negativo.

“O sucesso do IBIT ressalta a preferência dos investidores em acessar o bitcoin por meio da conveniência do veículo ETF em um produto de nível institucional”, disse um porta-voz da BlackRock em comunicado. “Continuamos focados na educação dos investidores e no fornecimento de acesso ao bitcoin com conveniência e transparência.”

A Grayscale não respondeu imediatamente a um pedido de comentário fora do horário comercial normal dos EUA. A Grayscale pretende lançar um clone de seu fundo principal, de acordo com um documento regulatório de março, e espera-se que as taxas sejam mais baixas, disse na época uma pessoa familiarizada com o assunto.

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) deu relutantemente luz verde para os primeiros ETFs de bitcoin à vista do país em janeiro, após uma reversão judicial em 2023 em um caso movido pela Grayscale.

A empresa criou o Grayscale Bitcoin Trust em 2013 e tornou-se conhecido como o maior veículo desse tipo. Porém, as cotas do produto fechado às vezes eram negociadas com prêmios ou descontos substanciais em relação ao seu valor patrimonial líquido, o que levou a Grayscale a pressionar por uma conversão em um ETF para garantir a negociação ao par.

Surpresa da SEC

Na semana passada, a SEC surpreendentemente decidiu permitir ETFs para ether (ETH), um token que perde apenas para o bitcoin em valor de mercado. A agência comandada pelo presidente Gary Gensler está cética em relação à indústria de criptoativos em geral, após uma onda de escândalos.

O grupo de fundos bitcoin – com ativos de US$ 58,5 bilhões até o momento – foi aclamado como uma das novas categorias de ETF de maior sucesso. Mas os críticos argumentam que os ativos digitais voláteis não são adequados para uma adoção generalizada, mesmo dentro dos ETFs.

Algumas nações, como Singapura e China, restringem ou proíbem o acesso dos investidores. Nos EUA, um porta-voz do Vanguard Group disse em janeiro que a empresa não tem planos de oferecer quaisquer produtos relacionados a criptomoedas. BlackRock e Vanguard são os dois maiores gestores de ativos do mundo.

O bitcoin quadruplicou de valor desde o início do ano passado, ajudado pelos ETFs, em uma recuperação poderosa de um mercado decadente em 2022. O token caía menos de 1%, para US$ 67.757, às 7h39 de quarta-feira em Nova York.

(Bloomberg)