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Nesta terça-feira (29), o Bitcoin (BTC) registrou um novo marco ao superar a faixa de R$ 400 mil, refletindo o otimismo crescente em torno das eleições norte-americanas e o aumento no fluxo de capital em ETFs de Bitcoin à vista. Além disso, a diferença cambial no Brasil impulsionou ainda mais a valorização do ativo no mercado local.
Em termos globais, a moeda digital atingiu US$ 71.540 na segunda-feira (28), marcando o maior valor dos últimos sete meses. Nesta manhã, o BTC estava cotado em torno de US$ 71.157, aproximando-se da máxima histórica de US$ 74 mil registrada em março deste ano.
O “Efeito Trump” no Bitcoin
O cenário eleitoral dos Estados Unidos também é um dos fatores que impulsionam o Bitcoin. Em um fenômeno apelidado por analistas como “Trump trade”, o BTC é visto como um ativo que pode se beneficiar caso o ex-presidente Donald Trump vença as eleições. O republicano tem se posicionado favoravelmente ao setor de criptomoedas, prometendo transformar os EUA em uma “superpotência de Bitcoin” durante sua campanha.
Esse apoio é contrastante com a posição da vice-presidente Kamala Harris, que fez seu primeiro aceno ao setor cripto apenas no mês passado. Segundo Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty, o BTC está “precificando uma vitória de Donald Trump”, refletindo as expectativas do mercado cripto.
Acompanhando essa movimentação, o mercado de previsões Polymarket posiciona Trump à frente de Kamala na disputa eleitoral. No entanto, as pesquisas de opinião indicam um empate entre os dois candidatos.
Para Daniel González, analista da Bitso, o Bitcoin está em uma fase de acumulação com tendência de alta antes das eleições. Ele destaca que, embora a volatilidade possa aumentar no curto prazo, a história mostra que o mercado geralmente se recupera após a definição política, o que costuma favorecer o BTC.
ETFs de Bitcoin atraem altos fluxos
O entusiasmo em torno do Bitcoin também é visível no desempenho dos ETFs à vista de BTC nos Estados Unidos, que atraíram US$ 479,35 milhões em entradas líquidas na segunda-feira, o maior volume em duas semanas, de acordo com dados da plataforma SoSoValue.
Entre os ETFs de Bitcoin o IBIT, da gestora BlackRock, liderou o volume com US$ 315,19 milhões em entradas, seguido pelo ARKB, da 21Shares, que registrou US$ 59,78 milhões. Desde o início do ano, os 12 ETFs de Bitcoin negociados nos EUA acumularam US$ 22,4 bilhões em entradas líquidas, sinalizando uma demanda consistente e um momento de acumulação no mercado, conforme explica Beto Fernandes, analista da exchange Foxbit.
Perspectivas para o mercado de criptoativos
A valorização recente do Bitcoin, impulsionada por uma combinação de fatores eleitorais e alta demanda de ETFs, sugere um ambiente favorável para o ativo digital. Com o cenário político norte-americano influenciando a percepção do mercado e a constante entrada de capital em produtos de investimento cripto, o BTC se posiciona próximo de seu recorde histórico. A expectativa agora gira em torno da capacidade do ativo de sustentar essa trajetória de alta e, possivelmente, atingir novas máximas nos próximos meses.