Alta da Selic pode agravar inadimplência em 2025
Ao final de 2024, 41,51% dos brasileiros adultos estavam negativados, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)

O Brasil atravessa um momento econômico desafiador, com taxas de juros elevadas que encarecem o crédito e impactam diretamente a saúde financeira das famílias. Ao final de 2024, 41,51% dos brasileiros adultos estavam negativados, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A tendência para 2025 é de agravamento desse cenário, impulsionado pelo aumento da taxa Selic.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros de 11,25% para 12,25% ao ano como parte da estratégia para conter a inflação. Além disso, novas altas estão previstas para os primeiros meses de 2025, com reajustes programados para janeiro e março. A medida impacta diretamente as instituições financeiras, que precisam lidar com o aumento do risco nas operações de crédito.

O setor bancário concentra a maior fatia das dívidas em atraso, representando 64,62% do total em dezembro. Segundo o SPC Brasil, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.432,05. Com a elevação dos juros, o acesso ao crédito se torna mais caro e difícil, levando consumidores e empresas a evitarem novas operações financeiras e priorizarem o pagamento de dívidas.

Para as empresas, a restrição ao crédito representa um obstáculo significativo, especialmente para aquelas que dependem de financiamentos para manter o fluxo de caixa e realizar investimentos. Com custos mais altos e maior dificuldade para obter recursos, muitas recorrem a cortes de gastos e reestruturações, o que pode aumentar o desemprego e afetar setores como comércio e indústria.

A combinação de juros elevados, inadimplência crescente e inflação persistente também levou ao aumento dos pedidos de recuperação judicial. Até outubro de 2024, foram registrados 1.927 requerimentos, superando o recorde anual anterior de 1.863, registrado em 2016.

Diante desse cenário, especialistas recomendam que consumidores e empresas adotem um planejamento financeiro rigoroso em 2025, priorizando a renegociação de dívidas e a criação de reservas de emergência. Evitar novos empréstimos e avaliar cuidadosamente os compromissos financeiros são medidas essenciais para minimizar os impactos da crise.

A adoção de políticas públicas voltadas para a redução dos gastos do governo pode ser uma alternativa para conter a escalada dos juros e proporcionar alívio à economia. No entanto, enquanto não houver sinais concretos de recuperação, o cenário exige cautela e adaptação por parte dos brasileiros, que precisarão enfrentar um ano desafiador com foco na organização financeira e na busca por soluções para manter a estabilidade em meio à incerteza econômica.

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