Contas do governo têm superávit de R$ 1,1 bilhão em março
O resultado representa uma reversão em relação a março de 2024, quando houve déficit de R$ 1,08 bilhão

As contas do governo federal registraram superávit primário de R$ 1,1 bilhão em março deste ano, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira (29). O resultado representa uma reversão em relação a março de 2024, quando houve déficit de R$ 1,08 bilhão, já corrigido pela inflação, e é o melhor desempenho para o mês desde 2021, quando foi apurado um superávit de R$ 2,6 bilhões.

O superávit primário ocorre quando as receitas do governo superam as despesas, desconsiderando o pagamento de juros da dívida pública. Segundo o Tesouro, o crescimento da arrecadação foi o principal fator para a melhora nas contas públicas. Em março, a receita líquida — após as transferências constitucionais a estados e municípios — cresceu 0,8% em termos reais, somando R$ 174,6 bilhões. Já as despesas totais caíram 0,5%, para R$ 173,6 bilhões.

Outro fator que contribuiu para o resultado foi a limitação dos gastos discricionários, uma vez que o orçamento federal só foi sancionado em abril, restringindo a execução de algumas despesas no início do ano.

No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o governo obteve um superávit de R$ 54,53 bilhões, superando com folga o saldo de R$ 20,17 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Trata-se do melhor desempenho para o trimestre desde 2022, quando o saldo foi de R$ 59,34 bilhões.

A melhora no resultado do trimestre está associada, principalmente, à diferença no cronograma de pagamentos de precatórios. Em 2024, houve uma concentração de pagamentos em fevereiro no valor de R$ 30,8 bilhões. Em 2025, ainda não se verificou concentração semelhante.

Entre janeiro e março, a receita líquida do governo federal avançou 2,7% em termos reais, totalizando R$ 576,5 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas totais recuaram 3,4% na mesma base de comparação, somando R$ 522 bilhões.

A meta fiscal para este ano é zerar o déficit primário, que fechou 2024 em R$ 43 bilhões. Contudo, o novo arcabouço fiscal permite um desvio de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões, sem caracterizar descumprimento da meta. Além disso, para o cálculo da meta, são excluídos R$ 44,1 bilhões em precatórios, o que proporciona margem adicional ao governo na gestão das contas públicas.

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