Empresários alertam governo sobre riscos do consignado via FGTS
A avaliação é que o modelo, criado para oferecer crédito mais barato, acabou desregulado

Empresários de setores intensivos em mão de obra, especialmente do varejo e da área de supermercados, têm alertado ministros do governo federal sobre os riscos crescentes envolvendo o modelo de crédito consignado com garantia do FGTS. Segundo representantes do setor, o programa, que foi criado com o objetivo de facilitar o acesso a crédito mais barato para trabalhadores formais, está desregulado e se transformou em uma potencial “bomba-relógio” para o mercado de trabalho.

De acordo com relatos apresentados ao governo, em algumas regiões do país os empréstimos via FGTS estão sendo oferecidos com taxas que chegam a 15% ao mês — muito acima do que seria considerado razoável para essa modalidade. Na prática, isso tem levado trabalhadores a comprometerem grande parte de seus salários com descontos diretos em folha, o que reduz o poder de compra e afeta a motivação para manter o vínculo formal de trabalho.

O temor entre os empresários é que essa pressão financeira crescente leve a uma onda de pedidos de demissão voluntária, com migração em massa para a informalidade. A avaliação é de que muitos trabalhadores podem optar por abandonar empregos com carteira assinada como forma de escapar dos descontos automáticos e retomar o controle de sua renda.

A preocupação foi levada ao alto escalão do governo, que agora avalia medidas para reequilibrar a modalidade de crédito. A pauta inclui discussões sobre limite de juros, maior transparência nos contratos e novas regras para proteger os trabalhadores de superendividamento.

O alerta se soma a outras pressões recentes por ajustes nas políticas de crédito ao consumo, em um momento em que o país busca consolidar o crescimento econômico com geração de empregos formais e sustentáveis.

redacao
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