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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) avançou 0,27% em janeiro, desacelerando em relação à alta de 0,94% registrada em dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado veio acima das projeções do mercado, que estimavam um aumento de 0,2%, conforme pesquisa da Reuters.
No acumulado de 12 meses, o indicador registra alta de 6,75%.
Inflação ao produtor desacelera, mas preços no varejo seguem pressionados
Segundo o economista André Braz, do FGV Ibre, a desaceleração do IGP-M foi puxada pela queda nos preços da soja, do gado bovino e dos suínos. No entanto, no varejo, a inflação permaneceu controlada devido à redução no preço da energia elétrica, que compensou o aumento de alimentos.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-M e mede a variação dos preços no atacado, subiu 0,24% em janeiro, registrando uma forte desaceleração em relação à alta de 1,21% no mês anterior.
Os principais responsáveis pela desaceleração foram os produtos do grupo de Matérias-Primas Brutas, que tiveram queda de 0,75% no mês. Destaques incluem:
- Soja em grão: -5,71% em janeiro (contra -2,34% em dezembro)
- Bovinos: -2,17% em janeiro (ante +2,50% em dezembro)
- Suínos: -11,24% em janeiro (ante +1,51% em dezembro)
Preços ao consumidor e custo da construção sobem
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem 30% de peso no IGP-M, acelerou ligeiramente para 0,14% em janeiro, ante 0,12% em dezembro. A alta foi impulsionada por cinco das oito categorias que compõem o índice.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também registrou aceleração, avançando 0,71% em janeiro, contra 0,51% no mês anterior.
Os números indicam que, apesar da desaceleração da inflação no atacado, os preços no varejo e no setor da construção civil seguem pressionados, o que pode impactar os custos para os consumidores nos próximos meses.