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A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou para 0,43% em abril, após alta de 0,56% em março, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE. O resultado ficou em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que apontava 0,42%, segundo levantamento da Bloomberg.
Apesar da desaceleração, o IPCA acumulado em 12 meses subiu para 5,53%, acima dos 5,48% registrados até março, e alcançou o maior nível desde fevereiro de 2023. O índice permanece acima do teto da meta de inflação de 4,5% perseguida pelo Banco Central, que recentemente elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano — o maior patamar em quase duas décadas — para tentar conter a alta dos preços.
Entre os nove grupos pesquisados, o maior impacto em abril veio de saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,18% puxado pelo reajuste de até 5,09% nos medicamentos autorizado no fim de março. Em seguida, vestuário avançou 1,02%, e alimentação e bebidas subiram 0,82%, respondendo por 0,18 ponto percentual do índice total.
Embora tenha desacelerado em relação a março (1,17%), a alimentação no domicílio registrou alta de 0,83%, influenciada pela valorização da batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). Por outro lado, houve quedas nos preços da cenoura (-10,4%), arroz (-4,19%) e frutas (-0,59%).
Com a inflação persistente e acima da meta, o Banco Central passou a adotar um regime de metas contínuas, no qual o IPCA será considerado fora do alvo se permanecer por seis meses seguidos fora da faixa de tolerância, entre 1,5% e 4,5%. O centro da meta permanece em 3%.
No boletim Focus mais recente, o mercado estima que o IPCA fechará 2025 justamente em 5,53%. Embora essa projeção tenha recuado nas últimas semanas, segue acima do limite superior da meta.