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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, avançou 0,43% em abril, conforme divulgado nesta sexta-feira (25) pelo IBGE. Embora abaixo da alta registrada em março (0,64%), o resultado representa a maior taxa para um mês de abril desde 2023, quando o índice subiu 0,57%. Em abril do ano passado, o IPCA-15 havia registrado variação de 0,21%.
O dado divulgado superou levemente a mediana das projeções coletadas pelo Valor Data, que apontava para uma alta de 0,42%. As estimativas variavam entre 0,37% e 0,54%. Com o resultado de abril, o IPCA-15 acumula alta de 2,43% no ano e de 5,49% em 12 meses — este último também acima da mediana das projeções, que era de 5,48%. O número reforça a pressão inflacionária acima da meta do Banco Central para 2024, fixada em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Entre os nove grupos de despesas monitorados pelo índice, cinco apresentaram aceleração de preços entre março e abril. Destaque para alimentação e bebidas, que subiram de 1,09% para 1,14%; vestuário, que avançou de 0,28% para 0,76%; saúde e cuidados pessoais, que passou de 0,35% para 0,96%; comunicação, com alta de 0,52%; e artigos de residência, que saíram de 0,03% para 0,37%.
Por outro lado, o grupo habitação registrou forte desaceleração, com variação de 0,09% frente aos 0,37% do mês anterior. Despesas pessoais também perderam força, recuando de 0,81% para 0,53%, assim como educação (de 0,07% para 0,06%). Já o grupo transportes, que vinha pressionando a inflação, inverteu a tendência e caiu 0,44%, após alta de 0,92% em março.
O IPCA-15 é calculado a partir de uma cesta de consumo típica das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, abrangendo 11 regiões, incluindo nove regiões metropolitanas e as cidades de Brasília e Goiânia. A principal diferença em relação ao IPCA oficial está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Outro sinal de alerta é o avanço do Índice de Difusão, que mede o percentual de itens que registraram alta de preços. Em abril, esse indicador saltou de 61% para 67,8%, mostrando que a inflação se espalhou com mais intensidade. Mesmo desconsiderando o grupo de alimentos — um dos mais voláteis —, o índice também subiu, reforçando a disseminação dos reajustes em diversos segmentos da economia.