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O Bradesco BBI revisou suas projeções para o setor de varejo de alimentos, ajustando suas preferências diante de um ambiente mais competitivo no formato Cash & Carry (C&C), ou atacarejo. A análise também incorporou novas premissas macroeconômicas e uma taxa de desconto mais alta, refletindo as condições do mercado.
Dentro desse cenário, o banco elegeu o Grupo Mateus (GMAT3) como sua principal recomendação no setor, mantendo a recomendação de compra e estabelecendo um preço-alvo de R$ 9, o que representa um potencial de valorização de 46%. O Assaí (ASAI3) também continua com recomendação de compra, com um preço-alvo para 2025 de R$ 9, estimando um potencial de valorização de 57%. Já o Carrefour Brasil (CRFB3) teve sua recomendação rebaixada para neutra, com preço-alvo de R$ 7, projetando uma alta mais modesta de 26%.
Os analistas do BBI destacam que o Grupo Mateus combina um dos múltiplos mais atrativos do setor, negociando a 9 vezes o lucro esperado para 2025, com um forte crescimento projetado de 18% nas vendas anuais e um balanço patrimonial mais sólido, o que é crucial em um momento de juros elevados.
Por outro lado, o rebaixamento do Carrefour Brasil foi descrito como "tático e relativo" dentro do subsetor. O banco aponta para um desempenho de curto prazo mais fraco, um balanço patrimonial mais alavancado (dívida líquida/Ebitda de 3,2 vezes) e dúvidas crescentes sobre a capacidade da empresa de melhorar sua lucratividade no atual cenário econômico. O relatório também indica que o Carrefour tem maior exposição a possíveis revisões negativas no lucro por ação (LPA) em 2025.
Apesar dos desafios, o Bradesco BBI ressalta que o varejo de alimentos tende a ser mais resiliente do que outros segmentos do comércio varejista, sofrendo menos revisões negativas de receita mesmo em períodos de consumo instável. Isso reforça a importância do setor dentro da estratégia de investimento em um ambiente econômico desafiador.