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O Bradesco BBI atualizou suas projeções para a Petrobras (PETR4), reduzindo o preço-alvo das ações para R$ 42. Apesar do corte, o banco optou por manter a recomendação de compra, destacando que, mesmo com a revisão negativa nas expectativas de resultados, o rendimento com dividendos segue altamente atrativo.
Entre as principais mudanças, está a retirada da premissa de um pagamento extraordinário de US$ 2 bilhões, que antes era considerado no modelo do banco. Segundo os analistas, esse repasse adicional perdeu sustentação diante das incertezas atuais. Ainda assim, o Bradesco BBI mantém no radar uma distribuição de US$ 9 bilhões em dividendos em 2025, o que implicaria um dividend yield estimado de 12,3%.
O banco reconhece que o cenário para os preços do petróleo ainda requer tempo para se ajustar, mas reforça que a rentabilidade projetada continua representando uma oportunidade interessante para investidores. Em abril, a Petrobras já havia aprovado, em Assembleia Geral Ordinária, o pagamento de R$ 73,9 bilhões em dividendos referentes ao exercício de 2024, reforçando seu compromisso com a remuneração ao acionista.
Com relação aos fundamentos, o Bradesco BBI revisou a receita líquida da Petrobras para 2025, projetando agora US$ 83,9 bilhões — uma queda de 12,1% em comparação à estimativa anterior. O Ebitda ajustado foi revisto para US$ 39,8 bilhões, com recuo de 16,8%, e a margem Ebitda estimada caiu 2,7 pontos percentuais, para 47,4%.
Apesar dos ajustes, o lucro líquido projetado para 2025 ainda deve alcançar US$ 19,6 bilhões, valor superior à expectativa do mercado, que gira em torno de US$ 18,6 bilhões.
No mercado internacional, o banco também reduziu suas previsões para o preço do petróleo Brent. Agora, o barril deve custar US$ 67 em 2025, US$ 64 em 2026 e US$ 65 em 2027 — números inferiores aos anteriormente projetados, que eram de US$ 76, US$ 73 e US$ 68, respectivamente. A revisão reflete o aumento da incerteza global, agravada pela guerra tarifária intensificada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Por fim, o Bradesco BBI aponta que o comportamento do PIB de economias como Estados Unidos e China, além da produção no Cazaquistão e do setor de xisto norte-americano, serão variáveis decisivas para a dinâmica futura do petróleo e, consequentemente, para o desempenho da Petrobras.