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A Gafisa (GFSA3) enfrentou uma segunda-feira turbulenta após a divulgação de um pedido de falência protocolado pela Linden RJ Empreendimentos Imobiliários Ltda na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. O pedido, registrado em 22 de janeiro de 2025, gerou grande instabilidade no mercado e impactou diretamente o desempenho das ações da companhia. A informação foi divulgada na coluna Movimento Falimentar do jornal Valor Econômico.
Diante da repercussão, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a B3 solicitaram esclarecimentos sobre o caso, incluindo detalhes sobre os valores envolvidos e as medidas que a empresa pretende adotar. Em comunicado ao mercado, a Gafisa afirmou que ainda não foi formalmente citada no processo e classificou o pedido como uma tentativa indevida de cobrança.
Histórico de problemas semelhantes
Este não é o primeiro pedido de falência enfrentado pela Gafisa. Em novembro de 2024, a empresa já havia sido alvo de um processo semelhante, também noticiado pelo Valor Econômico. Na ocasião, os solicitantes eram Dalton Santos Maranha e Fábia Giulianna Christian Botelho Maranha, em um caso relacionado à rescisão contratual de uma unidade imobiliária cujo contrato de compra e venda foi firmado em maio de 2010.
Na época, a Gafisa argumentou que já estava litigando com os autores e afirmou que exerceria seu direito de defesa contra o que classificou como um uso inadequado do processo de falência para fins de cobrança judicial.
Impacto no mercado financeiro
Mesmo com resultados positivos no quarto trimestre de 2024 (4T24), incluindo um crescimento de 129,8% nas vendas líquidas, que chegaram a R$ 269,6 milhões, a notícia do pedido de falência trouxe instabilidade ao mercado.
No pregão desta segunda-feira, as ações da Gafisa começaram o dia em alta, atingindo R$ 1,53 às 10h45, uma valorização de 15%. No entanto, ao longo da sessão, os papéis perderam força e fecharam cotados a R$ 1,41, uma queda de 7,8% em relação ao pico do dia.
Posicionamento da Gafisa sobre o pedido de falência
Para conter os impactos no mercado, a Gafisa, controlada pelo empresário Nelson Tanure, divulgou um comunicado afirmando que já está negociando uma solução extrajudicial com a Linden RJ Empreendimentos Imobiliários. A empresa explicou que o credor está ligado a um empreendimento ainda em fase pré-operacional.
"A companhia confia na solução negocial de maneira extrajudicial, entretanto esclarece que, caso seja necessário, oportunamente exercerá seu legítimo direito de defesa, especialmente no sentido de insurgir-se contra o incabível pedido de falência como manobra de substituição do processo de cobrança", declarou a empresa no comunicado.