Lucro da Vale recua 17% no 1º trimestre
O desempenho mais fraco no trimestre foi puxado, sobretudo, pela retração nos preços do minério de ferro e do níquel

A Vale (VALE3) reportou um lucro líquido de US$ 1,39 bilhão no primeiro trimestre de 2025, o que representa uma queda de 17% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava lucro de US$ 1,62 bilhão, segundo dados compilados pela Bloomberg. No after hours em Nova York, as ADRs da mineradora recuavam 0,5%.

O desempenho mais fraco no trimestre foi puxado, sobretudo, pela retração nos preços do minério de ferro e do níquel, que não foram completamente compensados pelo aumento no volume de vendas, pela redução nos custos unitários e pelo bom desempenho da divisão Vale Base Metals.

O Ebitda ajustado da companhia somou US$ 3,11 bilhões, com retração de 9% na comparação anual. Já a receita líquida de vendas encolheu 4%, para US$ 8,11 bilhões. Apesar do cenário desafiador, a mineradora avaliou que teve um início de ano consistente e destacou avanços na gestão de custos — com o custo caixa C1 do minério de ferro recuando 11%, para US$ 21 por tonelada, e caminhando dentro da meta estipulada de US$ 20,5 a US$ 22 para 2025.

A Vale também destacou o progresso de seus projetos estratégicos, voltados à geração de valor e à ampliação da flexibilidade do portfólio, com foco em eficiência operacional e controle de custos.

Na área de custos, a empresa informou que as despesas totais, excluindo os efeitos de Brumadinho e da descaracterização de barragens, somaram R$ 5,8 bilhões, 2% a menos que no ano anterior. Por outro lado, os gastos relacionados especificamente a Brumadinho e à descaracterização aumentaram 137%, atingindo R$ 97 milhões.

No segmento de metais básicos, os custos all-in do cobre despencaram 63%, para US$ 1.212 por tonelada, impulsionados por melhor desempenho operacional e ganhos com subprodutos. Já os custos all-in do níquel, ajustados pela operação da PTVI, caíram 4%, ficando em US$ 15.730 por tonelada.

O Capex da mineradora ficou em US$ 1,2 bilhão no trimestre, cifra US$ 221 milhões inferior ao registrado no mesmo período de 2024, refletindo a revisão do plano de investimentos, que mantém guidance anual de US$ 5,9 bilhões.

Já a geração de fluxo de caixa livre recorrente despencou para US$ 504 milhões, com recuo de US$ 1,7 bilhão na base anual, pressionada pela queda no Ebitda e pelo aumento do capital de giro. A dívida líquida expandida chegou a US$ 18,2 bilhões ao fim de março, alta de US$ 1,8 bilhão em relação ao trimestre anterior, puxada pelo pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio.

Apesar da queda nos preços internacionais, a Vale registrou crescimento nas vendas de todos os seus segmentos. As vendas de minério de ferro avançaram 4% (2,3 milhões de toneladas), enquanto as de cobre subiram 7% (5,1 mil toneladas) e as de níquel cresceram 18% (5,8 mil toneladas). O preço médio realizado do minério de ferro ficou em US$ 90,8 por tonelada — estável em relação ao trimestre anterior, mas 10% abaixo do registrado há um ano, refletindo a queda nas referências globais.

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