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O PicPay encerrou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido de R$80 milhões, resultado três vezes superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. O desempenho reflete uma combinação de aumento expressivo na receita, expansão das operações de crédito e ganho de eficiência operacional.
A receita total da fintech, controlada pela holding J&F — que também é dona da JBS — atingiu R$1,8 bilhão no trimestre, o que representa um crescimento de 91% na comparação anual. Um dos destaques foi a receita líquida de juros (NII) proveniente dos serviços financeiros, que saltou de R$23 milhões para R$520 milhões, impulsionada pelas operações de crédito pessoal, cartão, consignado e antecipação do FGTS.
Segundo o CEO do PicPay, Eduardo Chedid, o crescimento é resultado direto da estratégia de diversificação do portfólio por meio do lançamento e do cross-sell de novos produtos. Ele destacou ainda a eficiência do modelo de negócios da empresa, com baixo custo de operação e expansão sustentável da base de clientes.
A carteira de crédito fechou o trimestre em R$10,6 bilhões, o que representa um avanço de 28% em relação ao final de setembro e um crescimento de 18 vezes na comparação com o mesmo período de 2023. A originação de empréstimos no trimestre somou R$2 bilhões, alta de 140%. Já o volume total transacionado com cartões aumentou 47%, alcançando R$12,4 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) anualizado atingiu 19% no quarto trimestre, uma alta de 10 pontos percentuais em relação ao ano anterior, sinalizando um avanço significativo na rentabilidade da operação.
O número de contas no aplicativo chegou a 60,2 milhões em 2024, com alta de 14% em relação ao ano anterior. Já os usuários ativos somaram 38,9 milhões, crescimento de 13%. A receita média por usuário ativo (ARPAC) saltou 75% no trimestre, atingindo R$47.
Outro indicador relevante foi o "cash-in" — valor que os usuários trazem para a plataforma, o que demonstra seu uso como conta principal. O total movimentado foi de R$378 bilhões ao longo de 2024, um avanço de 58% frente ao ano anterior. O saldo total em contas também cresceu, subindo 53% e encerrando o ano em R$20 bilhões.