A Porto registrou um lucro de R$ 670,8 milhões no quarto trimestre de 2024, representando uma leve queda de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O índice de retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) ficou em 20,3%, uma redução de 3,6 pontos percentuais na comparação anual. Apesar do recuo no lucro líquido, os resultados foram impactados por eventos não recorrentes que afetaram o desempenho da companhia.
Entre os fatores que influenciaram negativamente o balanço, a empresa realizou uma baixa contábil de R$ 41 milhões relacionada ao encerramento do produto de carro por assinatura e registrou um efeito negativo de R$ 14 milhões com a rolagem de títulos da carteira de aplicações financeiras. Por outro lado, houve um ganho pontual de R$ 16 milhões associado a uma operação com a Oncoclínicas. Excluindo esses fatores extraordinários, o lucro recorrente da Porto avançou 3,1%, chegando a R$ 710,4 milhões.
No consolidado de 2024, a companhia alcançou um lucro líquido de R$ 2,64 bilhões, um crescimento expressivo de 16,7% em relação ao ano anterior. O lucro recorrente também apresentou avanço, subindo 18% e atingindo R$ 2,68 bilhões. A receita do grupo, considerando prêmios de seguro retidos e demais receitas, cresceu 14,1% e atingiu R$ 9,83 bilhões, com aumento do faturamento em todas as suas verticais de atuação.
No segmento de seguros, a receita avançou 4%, chegando a R$ 5,6 bilhões. O segmento patrimonial se destacou com crescimento de 14%, enquanto o ramo de vida teve aumento de 10%. O setor de seguro auto, uma das áreas mais tradicionais da Porto, teve uma alta mais modesta de 2%, com um leve crescimento de 1% na frota segurada.
Para 2025, a empresa projeta um crescimento de um dígito, segundo o diretor-presidente Paulo Kakinoff. No setor de saúde, a receita disparou 37% e atingiu R$ 1,86 bilhão, impulsionada pelo aumento de 24% no número de beneficiários, que chegou a 675 mil vidas. O seguro odontológico também apresentou forte crescimento, com alta de 27% e um total de 995 mil segurados. Sobre as recentes especulações de venda da unidade de saúde, Kakinoff confirmou que a Porto mantém conversas com fundos interessados, mas reforçou que a empresa ainda dispõe de recursos próprios para sustentar seu crescimento sem necessidade de acessar o mercado de capitais.
O Porto Bank também apresentou evolução positiva, com receita crescendo 21% e atingindo R$ 1,6 bilhão. A inadimplência nas operações de crédito acima de 90 dias caiu para 5,2%, uma melhora de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, ficando abaixo da média do mercado. Já a vertical de serviços, que divulgou seus resultados pela primeira vez, registrou receita de R$ 641 milhões, com um total de 1,4 milhão de atendimentos no último trimestre do ano.
Para 2025, a Porto projeta um aumento entre 2% e 5% no prêmio ganho da vertical de seguros e uma sinistralidade na faixa de 51% a 55%. Em 2024, o prêmio ganho cresceu 7%, chegando a R$ 21,1 bilhões, enquanto a sinistralidade fechou o ano em 51,1%, um recuo de 1,1 ponto percentual ante 2023.
No Porto Bank, a projeção para 2025 indica crescimento da receita total entre 14% e 22%, com perdas de crédito estimadas entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2,3 bilhões. Em 2024, a receita total cresceu 22,4%, atingindo R$ 5,83 bilhões, e as perdas ficaram em R$ 1,8 bilhão.
Para a Porto Saúde, a expectativa é de um avanço entre 25% e 40% no prêmio ganho, com sinistralidade variando entre 75% e 80%. No ano passado, o prêmio avançou 47,3%, alcançando R$ 6,36 bilhões, com sinistralidade de 75,1%.
Já na Porto Serviços, a empresa estima uma receita entre R$ 2,5 bilhões e R$ 2,8 bilhões. Em 2024, o faturamento da vertical somou R$ 2,5 bilhões em seu primeiro ano de divulgação de resultados. Para o grupo como um todo, a Porto projeta um resultado financeiro entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão em 2025, superando os R$ 920 milhões registrados no último ano.
