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Após a divulgação da prévia operacional do terceiro trimestre da safra 2024/25, que frustrou as expectativas do mercado, o Santander revisou suas projeções para a Raízen (RAIZ4) e reduziu o preço-alvo das ações. O banco agora estima um valor de R$ 2,40 por ação, o que ainda representa um potencial de valorização de 24,3% em relação ao fechamento da véspera. A estimativa anterior era de R$ 2,90. Apesar do corte, a recomendação neutra foi mantida.
A redução no preço-alvo reflete a revisão para baixo das estimativas de Ebitda ajustado, com um corte de 6% para o ano fiscal de 2025 e de 22% para 2026. Em relatório, os analistas do Santander destacaram que os números da prévia operacional da safra, divulgada na última sexta-feira (17), mostraram volumes de moagem abaixo do esperado, o que pode impactar negativamente os resultados futuros.
O banco também considerou fatores macroeconômicos para sua revisão, apontando que as condições de mercado se deterioraram, com taxas de juros mais altas, preços mais baixos do açúcar em dólar e expectativas de inflação elevadas. Os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata ressaltaram que esse contexto adiciona desafios à performance da companhia.
Na segunda-feira (20), as ações da Raízen registraram uma das maiores quedas do Ibovespa, com baixa de quase 6%, reflexo tanto da prévia operacional quanto da decisão da empresa de abandonar o guidance para a safra 2024/2025. Nesta terça-feira (21), os papéis da companhia seguiram em queda.
Na prévia operacional divulgada, a Raízen reportou uma moagem de 13,8 milhões de toneladas no terceiro trimestre da safra 2024/2025, uma queda de 26,6% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas de açúcar próprio totalizaram 1,168 milhão de toneladas, com preço médio entre R$ 2.400 e R$ 2.550 por tonelada, representando uma redução de 10,1% no comparativo anual.
Por outro lado, as vendas de etanol próprio cresceram 21,44%, atingindo 895 mil metros cúbicos, frente a 737 mil no mesmo trimestre da safra passada, com preço médio entre R$ 2.800 e R$ 2.950 por metro cúbico. A produção de etanol de segunda geração (E2G) apresentou um crescimento expressivo, mais que dobrando no comparativo anual, passando de 8,9 mil metros cúbicos para 18,5 mil metros cúbicos, um avanço de 107,87%.
A companhia também anunciou a descontinuação da operação da planta piloto de etanol de segunda geração em Piracicaba (SP). A unidade, inaugurada em 2025, passará a ser utilizada exclusivamente para testes e desenvolvimento de novas tecnologias para biocombustíveis.