Santander supera expectativas e lucra R$ 3,9 bilhões no 1º trimestre
O número veio acima das estimativas de mercado: o consenso da Bloomberg

O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de resultados dos grandes bancos com lucro líquido gerencial de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, avanço de 27,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número veio acima das estimativas de mercado: o consenso da Bloomberg previa lucro de R$ 3,6 bilhões.

A rentabilidade (ROAE) do banco alcançou 17,4%, representando um salto de 3,3 pontos percentuais na comparação anual e superando as previsões, como a da XP, que esperava 16,2%. Apesar da queda de 0,2 ponto em relação ao último trimestre de 2024 — quando sazonalmente os números tendem a ser mais fortes — o desempenho foi considerado sólido pelos analistas, reforçando a recuperação da instituição desde o final de 2023.

O CEO do Santander Brasil, Mario Leão, destacou que o resultado reflete a continuidade da estratégia de diversificação e disciplina na alocação de capital. “Seguimos no caminho da evolução sustentável do nosso ROAE, pautados por nossos pilares estratégicos e transformação constante”, afirmou em nota.

A receita total somou R$ 21 bilhões, alta de 7% na comparação anual, com destaque para o crescimento da margem financeira com clientes. Esta última avançou 7,7% em 12 meses, totalizando R$ 15,9 bilhões, embora tenha recuado 0,4% frente ao trimestre anterior.

A carteira de crédito ampliada atingiu R$ 682 bilhões, com crescimento de 4,3% em relação ao mesmo período de 2024 e estabilidade no trimestre. O destaque ficou para o aumento expressivo no crédito a pequenas e médias empresas (+13,2%) e no financiamento ao consumo (+15,7%), enquanto houve queda de 2,3% nas concessões para pessoas físicas.

Quanto à inadimplência, o banco manteve o índice de atrasos entre 15 e 90 dias em 4,1%, estável no trimestre e no ano. Já a inadimplência acima de 90 dias subiu para 3,3%, alta de 0,2 ponto percentual em 12 meses, puxada principalmente pelas empresas. Na pessoa física, os indicadores melhoraram.

A provisão para perdas com empréstimos (PDD) cresceu 5,7% no trimestre, alcançando R$ 6,3 bilhões — reflexo da aplicação da nova norma contábil do Banco Central (Resolução 4.966) e da menor recuperação de crédito.

As despesas gerais somaram R$ 6,5 bilhões, com alta de 4,4% na base anual, pressionadas por reajustes salariais a partir do terceiro trimestre de 2024 e maiores investimentos em tecnologia.

Mesmo diante do ambiente desafiador com a Selic elevada, o Santander vem recuperando credibilidade no mercado. As ações do banco acumulam alta de cerca de 20% no ano.

redacao
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