EUA criam 177 mil vagas em abril e superam expectativas
A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,2%, dentro das expectativas dos analistas

A economia dos Estados Unidos gerou 177 mil empregos formais em abril de 2025, superando as projeções do mercado, que apontavam para a criação de 138 mil postos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Departamento do Trabalho. Apesar do desempenho acima do esperado, os números reforçam sinais de desaceleração, especialmente após a revisão negativa nos dados de março, que passaram de 228 mil para 185 mil vagas — uma queda de 43 mil postos. Com isso, a revisão líquida dos dois últimos meses resultou na eliminação de 58 mil vagas em relação às estimativas anteriores.

A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,2%, dentro das expectativas dos analistas, com o número total de desempregados mantendo-se em 7,2 milhões. A taxa de participação da força de trabalho ficou em 62,6%, enquanto a taxa emprego-população atingiu 60,0%, ambos os indicadores sem variações significativas.

Em relação aos salários, os ganhos médios por hora chegaram a US$ 36, registrando alta de 0,2% na comparação com março e avanço anual de 3,8%. O crescimento moderado dos salários é acompanhado de perto pelo Federal Reserve, uma vez que pode influenciar as decisões futuras sobre a taxa de juros.

Indicadores apontam desaceleração

Ao longo da semana, outros relatórios já vinham sinalizando um ritmo mais lento na geração de empregos. O Relatório ADP, que mede a criação de vagas no setor privado, apontou a abertura de apenas 62 mil novos postos em abril — número bem abaixo das expectativas de 134 mil. O resultado reforçou a percepção de arrefecimento na contratação por parte das empresas.

Outro dado relevante, o Job Openings and Labor Turnover Survey (JOLTS), também indicou retração. O número de vagas em aberto caiu de 7,480 milhões em fevereiro para 7,192 milhões em março, abaixo da previsão de 7,48 milhões feita por analistas da FactSet. O próprio dado de fevereiro também foi revisado para baixo, confirmando a tendência de desaceleração na demanda por mão de obra.

Em meio à combinação de criação de vagas acima do esperado, revisões negativas e números mais fracos nos indicadores complementares, o cenário do mercado de trabalho americano segue dividido entre resiliência e perda de fôlego. O resultado mantém os investidores atentos às próximas decisões do Federal Reserve, que avalia com cautela os sinais mistos da economia para definir o rumo da política monetária.

redacao
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