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A inflação nos Estados Unidos recuou 0,1% em março, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho. No acumulado de 12 meses, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 2,4%, resultado que veio abaixo das expectativas do mercado, que projetavam uma alta mensal de 0,10% e inflação anual de 2,6%, de acordo com levantamento do Broadcast.
A queda nos preços da energia, que recuaram 2,4% no mês, foi o principal fator para a deflação de março. O destaque foi a redução de 6,3% no preço da gasolina, que compensou os aumentos registrados nas contas de eletricidade e gás natural.
Por outro lado, os alimentos continuaram pressionando o orçamento das famílias, com alta de 0,4% no mês. O índice de alimentação em casa teve crescimento de 0,5%, enquanto as refeições fora de casa subiram 0,4%.
O núcleo do CPI, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,1% em março e acumula avanço de 2,8% em 12 meses. Esses números também indicam uma desaceleração frente a fevereiro, quando tanto o índice cheio quanto o núcleo haviam subido 0,2%.
A leitura mais branda da inflação traz alívio para o Federal Reserve (Fed), que acompanha de perto a evolução dos preços ao consumidor para calibrar sua política monetária. Apesar da pressão contínua em alguns setores, o resultado de março reforça a visão de que a inflação nos EUA está gradualmente se moderando, o que pode impactar as futuras decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).
As autoridades monetárias ainda estão cautelosas, especialmente diante dos efeitos das medidas protecionistas adotadas pelo governo Trump, que seguem repercutindo na cadeia de preços e no comportamento do consumo. Ainda assim, o dado de março é visto como um sinal positivo, alimentando expectativas de que o Fed possa manter os juros estáveis por mais tempo, caso a tendência de desaceleração inflacionária se confirme nos próximos meses.