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As economias asiáticas não estão indo tão bem quanto poderiam e o crescimento na região está previsto para desacelerar para 4,5% este ano, ante 5,1% em 2023, aponta um relatório divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Mundial.
Dívida, barreiras comerciais e incertezas políticas estão prejudicando o dinamismo econômico da região e os governos precisam fazer mais para abordar problemas de longo prazo, como redes de segurança social frágeis e subinvestimento em educação, diz o relatório.
Embora a maioria das economias do Leste Asiático e do Pacífico devam crescer mais rápido do que o resto do mundo, seu ritmo ainda é mais lento do que antes da pandemia. Isso acontece em parte devido a um crescimento mais moderado na China, de 4,5% em comparação com os 5,2% em 2023.
Excluindo a China, o crescimento no desenvolvimento do Leste Asiático e do Pacífico está previsto para aumentar para 4,6% este ano, em comparação com 4,4% em 2023, à medida que as exportações de bens provavelmente se recuperarão e as condições financeiras se aliviarem.
“Este relatório demonstra que a região está superando grande parte do restante do mundo, mas não está alcançando seu próprio potencial”, disse Aaditya Mattoo, economista-chefe do Banco Mundial para o Leste Asiático e Pacífico, em uma coletiva de imprensa online.
Segundo o Banco Mundial, um risco chave é que o Federal Reserve dos Estados Unidos e outros grandes bancos centrais possam manter as taxas de juros mais altas do que antes da pandemia. Outro risco vem das quase 3 mil medidas protecionistas do comércio, como tarifas mais altas ou subsídios, que foram impostas em 2023, e limitaram o acesso de mercados importantes pela região.
O relatório também alertou sobre o aumento acentuado da dívida na região, que mantém os custos de empréstimos altos e aperta tanto o consumo quanto o investimento. A dívida corporativa na China e no Vietnã aumentou em mais de 40 pontos percentuais do PIB desde 2010 e superou o nível nas economias avançadas.
Além disso, o Banco Mundial culpa os governos por impor restrições ao investimento que impedem que empresas estrangeiras entrem em partes-chave das economias regionais, a necessidade de construir habilidades e a fraca gestão.