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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou neste domingo (15) a aprovação de um financiamento no valor de R$ 1,1 bilhão para a exportação de oito aeronaves da Embraer à empresa americana Azorra, especializada em aquisição e arrendamento de aeronaves para companhias aéreas comerciais.
Os jatos, modelos E190-E2 e/ou E195-E2, já fazem parte da carteira de encomendas da Embraer e representam a terceira operação entre o BNDES e a Azorra, atualmente a quarta maior empresa global de leasing de aeronaves regionais. De acordo com o banco, o financiamento será realizado na modalidade BNDES Exim Pós-embarque, com desembolsos feitos em reais para a Embraer no Brasil, enquanto a Azorra se comprometerá a pagar em dólares, gerando divisas para o país.
Financiamento estratégico para a economia brasileira
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a operação destaca a importância do setor aeronáutico como motor de inovação, tecnologia de ponta e capacitação de mão de obra. "Somente neste ano, financiamos a exportação de 56 aeronaves da Embraer para mercados na América, Europa e Ásia. Fechamos novos contratos tanto para aviões comerciais quanto militares", afirmou. Mercadante também ressaltou o apoio do banco ao desenvolvimento do carro voador da subsidiária Eve, um projeto inovador da Embraer com fábrica no Brasil.
Para José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, o empréstimo reforça a competitividade da Embraer no cenário internacional. "Em média, 30% do que a Embraer exporta é financiado pelo BNDES, um instrumento essencial para a empresa expandir sua presença global", afirmou.
Impacto no mercado e parcerias estratégicas
Antonio Carlos Garcia, vice-presidente financeiro da Embraer, enfatizou que o suporte de instituições como o BNDES é "essencial" para ampliar a participação da empresa no mercado de jatos comerciais da família E2. "Temos buscado soluções inovadoras de financiamento, oferecendo condições mais atrativas para nossos clientes e fortalecendo nossa posição global", disse.
O BNDES destacou ainda que esta será a primeira operação com garantia de seguro de crédito privado da Itasca, que oferece cobertura integral pelo prazo total do financiamento. Para Gordon, essa garantia reforça a importância estratégica do setor aeronáutico, que possui alto valor agregado em tecnologia e inovação.
Críticas e visão do governo
A atuação do BNDES como financiador estratégico tem sido defendida pelo governo Lula (PT), que enxerga no banco um importante motor para projetos de inovação e transição energética. Contudo, analistas críticos apontam receios sobre o possível inchaço da instituição e o retorno a políticas econômicas de gestões petistas anteriores.
Em resposta, a direção do BNDES afirma que os financiamentos são direcionados a setores estratégicos da economia, reforçando a transparência e agilidade na tomada de decisões. "Na história, o BNDES já apoiou a produção de mais de 1.300 aeronaves da Embraer, comprovando sua relevância no desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil", concluiu Mercadante.