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Pouco mais de quatro meses após ter autorização das autoridades regulatórias americana e brasileira para voltar a voar, o avião 737 MAX, da Boeing, voltou a apresentar problemas técnicos. A fabricante de aeronaves orientou 16 companhias aéreas a não operarem o modelo.
Segundo informações da Boeing, o problema não seria em todas as unidades do MAX e a recomendação é que essas 16 empresas verifiquem se "existe espaço de aterramento suficiente (nas aeronaves) para um componente do sistema elétrico". A companhia não informou quantos aviões podem apresentar o problema, que seria de produção - e não de engenharia.
No Brasil, a Gol opera o MAX e um avião da frota da empresa está entre os que podem ter falha. Nos EUA, a Southwest confirmou que 30 de suas 58 aeronaves do modelo receberam a notificação.
Os 737 MAX ficaram sem operar no mundo todo por 20 meses após dois acidentes com o modelo matarem 346 pessoas. Após investigação, o Congresso americano concluiu que os acidentes foram resultado de falhas da Boeing e do Federal Aviation Administration (órgão dos EUA semelhante à Agência Nacional de Aviação Civil brasileira).
"Eles (os acidentes) foram o terrível resultado de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da Boeing, uma falta de transparência por parte da administração da Boeing e uma supervisão grosseiramente insuficiente da FAA", afirmou o relatório do Comitê de Transporte e Infraestrutura da Câmara americana.
Nesta sexta-feira, 9, a Boeing informou estar trabalhando "em estreita colaboração com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) nesta questão de produção" e que está "informando especificamente nossos clientes impactados e forneceremos orientações sobre quais as medidas corretivas adequadas".
Em nota, a Gol afirmou que foi informada de que o problema está relacionado ao sistema elétrico e que suspendeu os voos da aeronave. "A Gol está em contato com a Boeing, aguardando instruções para a resolução do problema e somente retornará a aeronave afetada para o serviço após a certeza de que todas as ações corretivas tenham sido aplicadas e validadas pela fabricante, sempre em coordenação com as autoridades FAA e Anac."
(Luciana Dyniewicz, O Estado de S.Paulo)