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O Bradesco está otimista com o mercado de renda variável no segundo semestre, prevendo entre 20 e 30 operações, com um volume de oferta de ações (IPOs e follow-ons) que deve ficar entre R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões. Desse total, cinco devem ser IPOs, mas é possível que a maior operação seja mesmo o follow-on da Sabesp, esperado para junho e que deve ficar em torno de R$ 15 bilhões.
O vice-presidente do Bradesco, Bruno Boetger, responsável pela área de atacado, explicou que esse cenário já considera a decisão do Federal Reserve, com a perspectiva de que o banco central americano comece a reduzir os juros em 0,25 ponto, em junho.
"Temos inúmeros clientes se preparando para fazer ofertas, são 20 empresas prontas querendo vir a mercado, e outras tantas se preparando".
Segundo ele, um fator que tem se mostrado relevante este ano e que deve continuar sendo uma tônica é de ofertas ancoradas por grandes acionistas. "Isso ajuda na formação do livro, dá uma segurança para outros investidores".
Para Boetger, o Brasil está bem posicionado no cenário global. "O Brasil já está bem alocado em fundos emergentes e de América Latina, mas não nos fundos globais. Com a queda de juros no segundo semestre, deve atrair esses fundos".
O executivo diz que alguns setores se beneficiam da queda de juros, como o imobilário, mas que, em geral, as empresas que devem vir a mercado são líderes nos seus setores, com boa governança, já com área de relações com investidores. "Vemos mais ofertas primárias, para financiar investimentos, crescimento."
No início do ano se falava em R$ 70 bilhões em ofertas, mas o executivo diz que o adiamento na queda de juros nos EUA afetou esse cenário. "O macro se mostrou mais resiliente do que se esperava, tanto no Brasil como nos EUA, com a economia indo bem, e isso faz com que a redução de taxa de juros demore um pouco mais".