BTG fecha parceria com Circle para distribuição de ‘stablecoin’ no Brasil
Banco prevê oferecer criptomoeda para empresa e clientes com necessidade de obter exposição do dólar

Em evento que marcou a entrada oficial da Circle, empresa emissora da stablecoin USDC, no Brasil, o CEO da companhia, Jeremy Allaire, disse que o BTG Pactual será o principal parceiro de liquidez da companhia, atuando na distribuição da moeda digital para bancos e empresas locais.

“O BTG será nosso parceiro de liquidez direta para a mintagem [registro dentro do blockchain] de USDC 24 horas por dia e sete dias por semana. Isso significa que em um nível de varejo e institucional, empresas e investidores poderão, quase instantaneamente, emitir e receber USDC no Brasil usando o real no sistema bancário local”, disse o presidente da companhia.

André Portilho, chefe de ativos digitais do BTG, explicou que qualquer empresa que queira usar o USDC pode entrar em contato com o banco, que irá fazer a criação e queima dos tokens para essa companhia.

“Nós vamos construir tecnologia junto com a Circle para fazer isso de forma automática”, afirma.

De acordo com Portilho, a demanda vai crescer conforme as pessoas tomar conhecimento que a solução existe. O foco são empresas que buscam uma forma mais simples e menos custosa de adquirir dólares, uma vez que o USDC é uma criptomoeda cuja cotação é sempre equivalente a US$ 1, algo que a Circle consegue ao manter reservas em dólares e outros ativos seguros denominados em dólar na mesma proporção das moedas digitais que possui em circulação.

“Vamos mostrar para as empresas como podemos usar este novo instrumento para fazer a dolarização de forma mais fácil e barata”, argumenta.

Para ele, a grande evolução trazida pelo mercado cripto é a possibilidade de se adquirir dólares a qualquer momento do dia sem precisar pagar as taxas do mercado tradicional ou sofrer com as limitações de liquidez que existem hoje.

Na avaliação de Portilho, a tokenização de ativos financeiros é o futuro do mercado global, e para funcionar, precisa de moedas tokenizadas para fazer a liquidação das operações.

“No BTG vemos como uma oportunidade de negócios de longo prazo a mudança dos trilhos do sistema financeiro. O blockchain é mais simples, rápido e eficiente do que os trilhos tradicionais”, afirma.

redacao
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