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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu o ritmo de flexibilização da política monetária e decidiu nesta quarta-feira (8) cortar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, estabelecendo-a em 10,50% ao ano. A decisão, no entanto, foi dividida, com quatro dos nove membros do Comitê votando por um corte mais profundo, de 0,50 ponto percentual.
A reunião desta semana marca a sétima redução consecutiva da Selic, agora no menor patamar desde fevereiro de 2022. A decisão final do Comitê contou com cinco votos a favor do corte de 0,25 ponto percentual, incluindo o do presidente Roberto Campos Neto, enquanto quatro membros defenderam uma redução de 0,50 ponto percentual. Os que votaram pela redução mais modesta foram Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Já os defensores do corte de 0,50 p.p. foram Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.
O resultado da votação difere do "forward guidance" dado pelo Copom em sua reunião de março, que indicava uma redução mais acentuada caso as condições econômicas se mantivessem favoráveis. O Copom justificou o corte menor devido ao cenário de desinflação mais lento do que o esperado, expectativas de inflação desancoradas e um ambiente global desafiador, que exige cautela no manejo da política monetária.
O Comitê ressaltou em sua nota que o cenário internacional tem se tornado mais incerto, principalmente devido à incerteza sobre a direção da política monetária nos Estados Unidos e à trajetória da inflação global. No contexto doméstico, a atividade econômica e o mercado de trabalho têm mostrado dinamismo maior do que o esperado, embora a inflação subjacente permaneça acima da meta.
O Copom também destacou a importância de uma política fiscal crível para ajudar na estabilização das expectativas de inflação e, por consequência, no desempenho da política monetária. A decisão de um corte menor sugere que o Banco Central prefere manter uma abordagem mais cautelosa, dada a volatilidade dos mercados e as incertezas tanto globais quanto domésticas. O Comitê afirmou que a política monetária continuará contracionista até que a inflação e suas expectativas estejam ancoradas na meta.
O próximo passo para o Copom será observar como a economia responde a essa decisão, enquanto mantém a flexibilidade para fazer ajustes futuros conforme necessário para garantir a estabilidade de preços e promover condições favoráveis para a economia.