Pesquisa revela que a transformação digital está ampliando as oportunidades de emprego no agronegócio

Enquanto você lê este texto, o agronegócio está passando por uma revolução. É que, com o crescimento acelerado da população e recursos naturais cada vez mais escassos, o setor corre para encontrar maneiras sustentáveis de potencializar seus resultados e atender à demanda global por alimentos. E as soluções encontradas para isso frequentemente esbarram em uma das maiores aliadas da humanidade: a tecnologia.

De sistemas de irrigação inteligentes a máquinas que podem ser operadas remotamente (passando por telemetria e fazendas verticais capazes de aumentar a produtividade sem degradar o solo) soluções digitais são cada vez mais presentes no campo – o que, além de viabilizar uma agricultura mais verde, também representa uma oportunidade de carreira promissora para aqueles que se interessam pelo setor, mas que não querem deixar a cidade grande para viver em zonas rurais.

“A digitalização do setor através da agricultura de precisão possibilita o aumento do rendimento do solo e, portanto, maiores colheitas. Também permite que a agricultura familiar se profissionalize, criando novos canais de acesso aos mercados consumidores e auxiliando no acesso à informação necessária para a gestão do empreendimento.  [Isso deve gerar] cada vez mais profissionais do campo conectados com tecnologias digitais”, diz um estudo publicado em fevereiro do ano passado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Senai e com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Intitulada “Profissões emergentes na Era Digital: oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde”, a pesquisa também apontou que carreiras ligadas à tecnologia no agronegócio devem gerar 178,8 mil vagas de emprego no país até 2023. Mas estimou que, pelo menos no curto prazo, menos de um terço dos profissionais esteja qualificado para preenchê-las.

“De forma geral, várias profissões surgem no setor com o potencial de serem as portadoras do conhecimento necessário para a digitalização do campo [...]. A digitalização está ampliando as oportunidades de emprego, porém para profissionais mais qualificados. Profissionais nesta área precisam de conhecimentos para utilização dos softwares existentes para o processamento de todas as informações da propriedade e tomada de decisão”, diz o documento.

Vale destacar que o agronegócio sempre ocupou um papel de destaque na economia brasileira. Mesmo durante o ano mais crítico da pandemia (quando os segmentos da indústria e serviço no país apresentaram queda de 3,5% e 4,5%, respectivamente) o setor registrou alta de 2%. Já em 2021, o setor foi responsável por cerca de 27% do PIB brasileiro, tendo gerado um em cada três empregos no país.

Não à toa, o movimento de digitalização do setor agora em curso é visto com otimismo pelo mercado, que corre para encontrar profissionais qualificados para ocupar as vagas que estão surgindo.

Profissões emergentes no agronegócio

Neste cenário, a pesquisa da GIZ em parceria com o Senai e a UFRGS mapeou oito carreiras relacionadas a agricultura que, impulsionadas pela transformação digital, devem ganhar força nos próximos anos. E destacou as três com maior demanda de mercado no curto prazo.

Dentre elas, está o técnico em agronegócio digital. Também conhecido como Agro Digital Manager, este profissional é o principal responsável pela implementação de projetos digitais em propriedades agrícolas. Assim, suas principais atribuições são identificar e mapear os problemas do campo e coordenar times em busca da solução para necessidades de produtores agrícolas e dos demais stakeholders do agronegócio.

“O impacto da transformação digital trará a necessidade de um profissional que alie competências rurais com a digitalização e negócios. Nesse sentido, surge o técnico em agronegócio digital. O profissional busca aproximar as fazendas de mercados, tanto fornecedores como compradores, possibilitando aos profissionais rurais uma maior competitividade”, diz o estudo.

A boa notícia é que, apesar de altamente demandado, este profissional não exige uma formação específica em agronomia ou outras profissões diretamente ligadas à produção no campo.

Exame

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