Dívida pública brasileira enfrenta pressão com sensibilidade à Selic e risco fiscal elevado
O cenário fiscal permanece desafiador, especialmente após medidas de aumento de gastos e a falta de um ajuste estrutural efetivo

O endividamento público do Brasil cresce sob alerta do mercado, que agora também lida com um perfil da dívida cada vez mais sensível à Selic. Grande parte do financiamento do governo ocorre por meio das LFTs, títulos atrelados à taxa básica de juros, cuja demanda aumentou diante da volatilidade econômica e da desconfiança fiscal.

Essa dependência agrava os custos da dívida em um momento em que o Banco Central adota uma postura mais rígida para conter a inflação, levando a projeções de Selic acima de 15% ainda este ano. Como resultado, os encargos da dívida seguem pesando nas contas públicas, elevando o déficit nominal para cerca de 8% do PIB, um dos mais altos entre grandes economias emergentes.

O governo tenta minimizar riscos com mudanças graduais na composição da dívida, mas enfrenta dificuldades em encontrar alternativas viáveis às LFTs, já que títulos prefixados e indexados à inflação apresentam custos elevados.

O cenário fiscal permanece desafiador, especialmente após medidas de aumento de gastos e a falta de um ajuste estrutural efetivo. Com a expectativa de que a Selic continue elevada, especialistas alertam para a necessidade de reformas fiscais mais robustas para estabilizar a trajetória da dívida, evitando que a política monetária se torne um fator de agravamento da crise fiscal. 

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