FIIs que pagam dividendos acima do CDI sobe para 69 após novo corte da Selic
Com um dividend yield de 26%, o FII HTMX11 é o maior pagador entre os principais fundos do mercado

Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de promover a sexta redução consecutiva na taxa Selic, agora fixada em 10,75% ao ano, uma redução de 0,50 ponto percentual, um grupo seleto de 18 fundos imobiliários passou a oferecer rendimentos superiores à taxa do CDI, um importante indicador do mercado de renda fixa, que segue o ritmo da Selic. Esse feito marca um aumento significativo em relação a fevereiro, quando apenas 51 fundos apresentavam um yield (taxa de retorno) com essa característica, contra os 69 atuais.

Essas informações emergem de um estudo. O estudo focou nos 104 fundos de investimentos que compõem o Índice de Fundos de Investimento Imobiliários (Ifix) – que agrega os investimentos em FIIs mais ativos no mercado de ações – e que demonstraram um retorno total positivo (considerando a valorização da quota e a distribuição de dividendos) nos últimos doze meses.

Com isso, 66% dos componentes do Ifix agora distribuem dividendos com rendimento acima da taxa do CDI. Destaque para o Hotel Maxinvest (HTMX11), que, com um yield de 26%, se posiciona como o maior distribuidor de dividendos dentre os principais fundos do mercado. No entanto, especialistas alertam que a comparação entre a Selic e os dividendos dos FIIs pode não ser a mais adequada para investidores focados na geração de renda passiva, sugerindo, em vez disso, a comparação com a curva de juros de longo prazo, exemplificada pelos rendimentos dos investimentos em títulos públicos do Tesouro Direto.

Cassiano Jardim, da Barzel Properties, ressalta a performance do Ifix em relação ao Ibovespa ao longo do ano, indicando um avanço de 2% contra uma retração de 3% do índice do mercado de ações. Este cenário, impulsionado pela continuidade no corte da Selic, torna os FIIs mais atraentes pela valorização das cotas e o aumento na rentabilidade dos ativos.

Jardim destaca que a política monetária atual, combinada à recuperação do mercado imobiliário, aponta para uma redução na taxa de imóveis desocupados e um aumento nas receitas dos fundos, especialmente pela melhora na ocupação de espaços comerciais e logísticos. Os FIIs operam captando recursos para investir em imóveis, que depois podem ser alugados ou vendidos, com os lucros distribuídos entre os investidores isentos de imposto de renda, um atrativo notável desse tipo de investimento.

O setor de fundos imobiliários, ao longo dos anos, se diversificou significativamente, abrangendo desde a gestão de escritórios até propriedades rurais, incluindo shoppings, galpões logísticos, hospitais e agências bancárias, além dos FIIs focados em ativos financeiros.

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