Inflação de março deve desacelerar e fechar em 0,50%, projeta Warren Investimentos
Para 2026, a expectativa é de uma inflação mais moderada, com alta de 4,5%, mas com balanço de riscos inclinando para o lado altista

A inflação oficial de março, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), deve mostrar desaceleração e fechar o mês com alta de 0,50%, segundo projeção de Andréa Angelo, estrategista de Inflação da Warren Investimentos. O dado será divulgado nesta sexta-feira (11), às 9h, pelo IBGE. Com esse resultado, a variação acumulada em 12 meses deve alcançar 5,41%.

A estimativa é inferior tanto à prévia de março (IPCA-15), que registrou alta de 0,64%, quanto ao índice de fevereiro, que avançou 1,31%. A leitura mais intensa no mês anterior foi impactada principalmente pelo efeito da volta do bônus de Itaipu, que pressionou o item energia elétrica — um dos principais responsáveis pela diferença esperada agora. Para março, a energia elétrica deve contribuir negativamente com cerca de 66 pontos-base no índice.

Segundo Angelo, a parte qualitativa da inflação também mostra sinais positivos, com os núcleos de serviços e serviços subjacentes apontando para desaceleração pelo segundo mês consecutivo. "Serviços caiu de 0,82% em fevereiro para 0,66% na prévia de março e deve encerrar o mês com alta de 0,57%. Já os serviços subjacentes, que estavam em 0,69% na leitura anterior, devem se manter na mesma linha, com expectativa de 0,57% no dado fechado", explica.

No entanto, o núcleo de serviços intensivos em trabalho deve contrariar essa tendência, com projeção de aceleração para 0,70%, ante 0,64% e 0,63% nas duas divulgações anteriores. Para 2025, a Warren projeta altas de 6,65%, 6,69% e 6,93% para os três núcleos de serviços, respectivamente — um patamar ainda elevado, embora estável nos primeiros meses do ano. "Apesar da pressão, não observamos uma nova aceleração. Os núcleos permanecem elevados, mas estáveis em relação à virada do ano", destaca Angelo.

Entre os itens que devem puxar o IPCA para baixo em março, destaque para gasolina (-7 bps), alimentação no domicílio (-2 bps, com queda em hortaliças, frutas, aves e ovos) e o grupo de Comunicação (-2 bps). Em comparação com o IPCA de fevereiro, a desaceleração mais relevante segue sendo a da energia elétrica, além de nova contribuição negativa da gasolina (-12 bps) e do grupo Educação (-27 bps), refletindo o fim do reajuste nas mensalidades escolares capturado no mês anterior.

No campo altista, as pressões devem ser discretas e concentradas nos grupos de Artigos de residência e Saúde e cuidados pessoais.

Projeções para 2025 e 2026

A Warren Investimentos projeta um IPCA de 5,5% para 2025, com viés de baixa, considerando fatores como câmbio apreciado, queda no preço da arroba do boi (média de R$ 330), impacto nos preços de importados e possível redução na gasolina. No entanto, o cenário também contempla riscos altistas, como a possibilidade de bandeira amarela na conta de luz em dezembro, estímulos do FGTS e maior concessão de crédito consignado.

Para 2026, a expectativa é de uma inflação mais moderada, com alta de 4,5%, mas com balanço de riscos inclinando para o lado altista.

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