Mastercard avalia propostas para estrutura de garantias em cartões
Uma das principais propostas da Mastercard é a criação de um fundo destinado a gerenciar os riscos associados às operações com cartões

A Mastercard está realizando uma análise cuidadosa das semelhanças e divergências entre as mudanças que propôs aos emissores e empresas que aceitam pagamentos com sua bandeira e as propostas recentemente apresentadas pelo Banco Central (BC) para a estrutura de garantias no mercado de cartões. A iniciativa faz parte de um esforço conjunto para aprimorar o gerenciamento de riscos e equilibrar as responsabilidades entre os diversos atores do setor de pagamentos.

Uma das principais propostas da Mastercard é a criação de um fundo destinado a gerenciar os riscos associados às operações com cartões. Esse fundo seria alimentado por contribuições dos emissores que integram sua rede, o que ajudaria a distribuir de forma mais equilibrada os riscos de inadimplência. O Banco Central, por sua vez, também sugeriu, em uma consulta pública aberta no início deste mês, a criação de fundos de garantias, além de outros instrumentos que possam contribuir para a mitigação dos riscos no sistema de pagamentos.

Essas discussões ganharam força após o intenso debate sobre o crédito rotativo no ano passado, que expôs as fragilidades da estrutura atual de parcelamentos com cartões de crédito. Os bancos, que carregam a maior parte dos riscos de inadimplência, pressionaram por mudanças que redistribuam essas responsabilidades. A criação de novos mecanismos de distribuição de riscos, tanto por parte do regulador quanto das empresas de pagamento, visa trazer maior segurança e equilíbrio para todas as partes envolvidas.

Fundo de garantias em análise

Além de suas próprias propostas, a Mastercard abriu uma consulta pública voltada aos bancos e demais empresas que participam do ecossistema de pagamentos que a empresa gere. A partir das contribuições recebidas, a companhia avançou na estruturação do fundo de garantias. O presidente da Mastercard no Brasil, Marcelo Tangioni, afirmou que o principal foco no momento é discutir a viabilidade do fundo e os detalhes operacionais para sua implementação.

A Mastercard também deve participar da consulta pública do Banco Central, contribuindo com sugestões alinhadas às necessidades e demandas de seus parceiros. A empresa está envolvida nos debates da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que também deve enviar suas propostas ao BC. A Abecs defende que os diferentes agentes do setor assumam responsabilidades proporcionais ao risco que suas operações representam, garantindo uma maior estabilidade ao sistema como um todo.

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