Nesta semana, três acontecimentos levaram o mercado a voltar a acreditar no afrouxamento da taxa básica de juros no país

A ‘bola da vez’ da renda fixa são os títulos prefixados. É o que afirmam os especialistas diante das esperanças renovadas de um eventual corte da Selic já na próxima reunião do Comitê da Política Monetária (Copom), em agosto.

Os prefixados permitem que os investidores garantam uma rentabilidade atrelada à taxa de juros elevada por mais tempo, pontua a planejadora financeira do C6 Bank, Larissa Frias. “Lá na frente, o mercado vai pagar menos por esses mesmos títulos”, diz.

A chefe de alocação da Blackbird Investimentos, Marina Renosto, lembra, no entanto, que boa parte da possível queda da taxa de juros já foi precificada pelo mercado. “Não conseguimos comprar mais papéis acima da Selic atual. Hoje, estamos falando de taxas de 11% ao ano”, afirma.

Por isso, Renosto prefere os títulos prefixados com vencimentos de médio e longo prazo — entre 3 e 8 anos. Segundo ela, os vencimentos mais curtos não são vantajosos, pois a queda da Selic deve ser gradual — ou seja, o ganho acima da taxa projetada será atingido apenas no longo prazo.

Entre os investimentos dessa categoria, a chefe de alocação da Blackbird destaca os CDBs, LCIs, LCAs, e os próprios títulos públicos do Tesouro Direto.

Corte da Selic em agosto

Nesta semana, três acontecimentos levaram o mercado a voltar a acreditar no afrouxamento da taxa básica de juros no país:

  • O boletim Focus, de segunda-feira (26), que trouxe mais perspectivas de desinflação para a economia brasileira até 2026 — com exceção de 2025, que se manteve estável;
  • O IPCA-15, que desacelerou para 0,04% em junho e ficou em 3,40% no acumulado de 12 meses; e
  • A ata do Copom, que deu esperanças para cortes da taxa de juros em caso de desaceleração contínua da inflação.

“A continuidade deste movimento será determinante para os cortes da Selic iniciarem”, afirmam Régis Chinchila e a equipe da Terra Investimentos, em relatório, sobre as perspectivas de desinflação.

Além disso, a maneira como o presidente do Banco Central, Campos Neto, se comunicar com o mercado até a reunião de agosto deve dar um indicativo das decisões futuras da autoridade, dizem.

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