Petróleo sobe mais de 3% após exportação suspensa por Líbia e com atenção a Israel
As altas dos preços são positivas para algumas companhias brasileiras, como Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), segundo a Genial

Os contratos mais líquidos do petróleo fecharam o pregão em alta robusta hoje, de olho no recrudescimento das tensões no Oriente Médio e após uma interrupção da produção e exportação da commodity na Líbia, que injetou preocupações sobre um possível choque de oferta.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 3,46% (US$ 2,56), a US$ 77,42 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve ganhos de 3,04% (US$ 2,41), a US$ 81,43 o barril.

Hoje pela manhã, o governo baseado no leste da Líbia determinou a suspensão de toda a produção e exportação de petróleo no país, em resposta às disputas políticas com um grupo político rival sediado em Tripoli, no oeste da nação. Ambos os grupos disputam o poder no país. Com isso, a subsidiária da petrolífera nacional da Líbia, conhecida como NOC, anunciou que planeja reduzir gradualmente sua produção, mas alertou que, com as pressões internas para a interrupção, uma paralisação repentina na exportação pode acontecer.

Os preços também já vinham em alta do fim de semana, depois que Israel conduziu um ataque forte ao Hezbollah no Líbano e diluiu as oportunidades de um avanço nos tratados de paz em Gaza. Durante o domingo, o Hezbollah conduziu uma investida com drones contra Israel, o que levou o país a decretar estado de emergência. “A percepção de risco de possíveis interrupções na produção e transporte de petróleo no Oriente Médio intensifica as pressões inflacionárias globais, particularmente em economias dependentes da importação de energia”, e mantém os preços em alta, escreve o CEO da Anova Research, Paulo Martins.

O Julius Baer concorda com essa visão, e alerta que a “geopolítica escaldante” e as preocupações relacionadas com a oferta até agora sustentaram os preços em alta, mas que a previsão para o médio e longo prazo é de queda dos preços do óleo. Segundo a ExxonMobil, porém, o mundo não está caminhando para uma economia mais verde e os seres humanos usarão aproximadamente a mesma quantidade de petróleo bruto que usam hoje por volta de 2050, o que tende a estabilizar o preço do óleo no médio prazo.

Impacto para petroleiras brasileiras

As altas dos preços são positivas para algumas companhias brasileiras, como Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), segundo a Genial. A casa de research destaca, contudo, o movimento altista pode atrapalhar alguns esforços de cortes de juros esperados pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).

Na sexta-feira, os contratos da commodity já fecharam em alta, atribuída à sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre o início iminente dos cortes nas taxas de juros. 
“A perspectiva de uma flexibilização da política monetária impulsionou o sentimento em todo o complexo de commodities”, disseram analistas do ANZ em nota, de acordo com a CNBC.

Analistas destacaram também, contudo, que as perspectivas econômicas mais fracas também pesa na demanda por combustível e fizeram os preços caírem na semana passada. 

Ainda assim, os preços do petróleo caíram na semana passada, já que as perspectivas econômicas fracas para as principais economias pesaram na demanda por combustível, acrescentou o banco.

redacao
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