PIB do Brasil pode superar 3% em 2024, mas desaceleração no 4º tri preocupa
Analistas apontam riscos de uma nova aceleração da economia caso o governo adote estímulos fiscais e creditícios para impulsionar o crescimento

A economia brasileira deve registrar crescimento acima de 3% em 2024, mantendo a trajetória de expansão pelo segundo ano consecutivo. No entanto, analistas alertam para uma desaceleração no último trimestre, antecipando um cenário de menor crescimento em 2025.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) nesta sexta-feira (7). O governo e o Banco Central projetam um avanço de 3,5% no ano, enquanto o mercado financeiro estima uma variação ligeiramente menor, de 3,49%, após sucessivas revisões para cima ao longo do ano.

O setor de serviços e o consumo das famílias impulsionaram a economia, mas o ritmo de crescimento diminuiu nos últimos meses de 2024. A expectativa é de uma alta de 0,6% no PIB do quarto trimestre, menor que os 0,9% do terceiro e os 1,4% do segundo trimestre.

A desaceleração reflete o impacto dos juros elevados sobre a atividade econômica, que freiam investimentos e consumo. Para especialistas, essa queda gradual é positiva para evitar um choque inflacionário e um ajuste abrupto na economia.

Apesar do crescimento sólido, o Brasil pode perder a 9ª posição entre as maiores economias do mundo devido à desvalorização do real, que caiu cerca de 27% em 2024, segundo ranking da Austin Rating. Já para 2025, a tendência é de crescimento mais modesto, com projeção de 1,5%.

O aperto monetário e o alto endividamento das famílias devem continuar restringindo a atividade econômica. Além disso, fatores externos, como a política tarifária de Donald Trump, podem impactar o comércio global e afetar ainda mais o desempenho econômico brasileiro.

Analistas também apontam riscos de uma nova aceleração da economia caso o governo adote estímulos fiscais e creditícios para impulsionar o crescimento. Embora esses incentivos possam beneficiar o mercado no curto prazo, aumentam a pressão sobre a inflação, dificultando a queda dos juros. O cenário para 2025 ainda é incerto, mas a expectativa predominante é de um crescimento mais moderado, sem grandes surpresas.

redacao
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