Poupança é o pior “investimento” com a queda da Selic

Por: Letícia Bogéa/ Jornalista de Economia do Boletim Nacional

Nessa quarta-feira (20) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu novamente cortar em 0,50 ponto percentual a Selic, a taxa de juros básica da economia. A taxa passou de 11,25% para 10,75% ao ano, em nova decisão unânime entre os membros do Comitê.

Com isso, investimentos como Ações e Fundos Imobiliários tendem a ficar mais vantajosos, enquanto títulos de Renda Fixa e Poupança acabam perdendo rentabilidade.

O corte em 0,50 ponto percentual já era previsto pelos analistas. No comunicado, o BC antevê mais um corte de 0,50 ponto, na reunião de maio. Foi a sexta redução seguida na taxa Selic, que agora está no menor patamar desde fevereiro de 2022, quando estava nos mesmos 10,75% ao ano.

Ativos atrativos X ativos menos atrativos

A Selic é usada para controlar a inflação. Quando a inflação sobe, a Selic sobe. A decisão do Copom dá sequência a um ciclo de afrouxamento, o que alivia a vida de quem precisa de empréstimo. Porém, reduz o rendimento dos investimentos de Renda Fixa.

Quando há uma queda na taxa de juros, é interessante sair da Renda Fixa e migrar para a Renda Variável. Isso significa que ativo de Renda Fixa rende menos. Já quando a Selic sobe, isso vai impactar negativamente na Renda Variável.

Em resumo: o momento é favorável à Renda Variável.

Investimentos como a poupança, CDBs, LCIs, LCAs, e os títulos do Tesouro Direto, que antes eram vistos como portos seguros, agora apresentam rentabilidades menores. A redução da taxa Selic diminui a atratividade desses investimentos, motivando os investidores a buscarem alternativas mais lucrativas.

Como fica a Poupança e o Tesouro Selic com a queda da Selic?

Com a Selic a 10,75%, a poupança é o “investimento” com a pior rentabilidade. Hoje, um investimento inicial de R$ 10 mil se transformaria em um montante de R$ 10.639 um ano depois, e chegaria a R$ 11.980 em dois anos – em janeiro, o valor alcançaria R$ 12.042.

Tesouro Selic

O Tesouro Selic acompanha a variação da taxa Selic. É um título mais conservador. Embora seja da Renda Fixa e que os ativos não fiquem favoráveis com a queda da Selic, o investimento no Tesouro vai trazer um retorno menor, mas ainda positivo.

A importância da diversificação nos investimentos

A queda da Selic reforça a importância da diversificação nos investimentos. Investidores que espalham seus recursos entre diferentes tipos de investimentos podem reduzir riscos e aproveitar oportunidades em várias áreas.

Seja racional na hora de investir

Antes de ter um direcionamento para saber onde você quer aplicar, é interessante primeiro você analisar o seu perfil, para que não se arrependa depois. É mais arrochado ou mais conservador?

Lembre-se: quanto maior o risco, maior o retorno. Mas, ainda assim, é preciso ter cautela. É imprescindível ser racional para evitar cabeçadas futuras.

Cuidado com a “sedução dos investimentos”. A pessoa é seduzida pelo que rende mais. E esse caminho não é o melhor a ser seguido. Por isso, não deixe que a emoção fale mais alto na hora que o assunto for investir.

Acompanhe o ciclo de mercado para gerenciar melhor sua carteira. Analise seu perfil. Siga o que for mais apropriado para você e que o deixe confortável. O cenário muda o tempo todo e isso impacta seus investimentos.

Qual a sua reação?



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